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Splitter supera drama familiar e vexame com revanche e marca inédita na NBA

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/06/2014 12h00

O título da NBA conquistado com o San Antonio Spurs na noite do último domingo, com vitória por 104 a 87 sobre o Miami Heat, na cidade do Texas, tornou o pivô Tiago Splitter o jogador brasileiro mais bem-sucedido em termos de resultados na liga norte-americana. O atleta, porém, teve que superar um drama familiar e até mesmo um vexame na final do ano passado antes de dar a volta por cima com a conquista histórica do final de semana.

O caminho até se tornar o primeiro brasileiro campeão da NBA foi duro para Tiago Splitter. Pouco antes do jogador se transferir do Saski Baskonia, da Espanha, para a liga norte-americana em 2010, o atleta de 29 anos perdeu a irmã, Michelle Splitter, vítima de leucemia aos 19 anos, em fevereiro de 2009.

A perda abalou Tiago, que não desistiu de perseguir o sonho de ser bem-sucedido na NBA. Segundo o próprio jogador, a irmã era uma de suas principais motivações para vencer no esporte. Acometida pela doença aos 15 anos, Michelle resistiu até os 19, inclusive jogando basquete profissional e até mesmo na seleção brasileira.

“Nós éramos próximos,” disse Tiago, em 2010, ao site oficial do San Antonio Spurs. “Ela lutava todos os dias para ficar saudável. Quando eu estou cansado e penso nela e no que ela passou, o que estou passando não é nada”, declarou na ocasião.

Após ser eleito melhor jogador da liga espanhola em 2010, o jogador passou por uma temporada inicial complicada até se adaptar ao novo país, o que aconteceria somente em 2011-12. Surpreendentemente, a carreira sofreria revés justamente nas finais da última temporada, quando perdeu a primeira chance de conquistar o título inédito e ainda saiu marcado por sofrer um toco espetacular de LeBron James.

Mas Splitter teve sua revanche em grande estilo: além de participar de uma avassaladora vitória por 4 a 1 na série decisiva deste ano sobre o Miami Heat, carrasco do ano passado, o pivô ainda pôde devolver o toco histórico com um bloqueio também espetacular sobre o outro astro da equipe adversária, Dwayne Wade. A conquista emocionou o pai do atleta.

“É muita emoção, estamos com a casa cheia aqui em Blumenau. É uma satisfação saber que o Brasil faz parte desse evento mundial. Não foi fácil essa caminhada. Há muitos anos ele está atrás desse sonho e agora se tornou real. Acredito que ele vai se tornar exemplo, já está fazendo isso. É um momento histórico, uma satisfação para nós de Blumenau”, disse Cássio Splitter à ESPN Brasil.

Dono da marca inédita, Splitter, curiosamente, não é o brasileiro com maior fama na NBA. O pivôs Nenê, do Washington Wizads, e Anderson Varejão, do Cleveland Cavaliers, contam com mais prestígio, embora atuem por equipes menos fortes da liga norte-americana. O mesmo também acontece com o armador Leandrinho, que já foi eleito melhor reserva do torneio em 2006-07, quando atuava pelo Phoenix Suns.