Suspensa, CBB começa ano com incerteza política e sem aporte milionário
Se em 2016 o basquete brasileiro começou o ano com a esperança de uma inédita medalha olímpica no masculino, 2017 inicia sem nenhuma expectativa e cercado de incertezas políticas, econômicas e competitivas.
A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) está suspensa pela Fiba e uma nova avaliação da situação será feita no dia 28 de janeiro. Até lá, não se sabe se de fato haverá uma intervenção ou se adotará uma medida paliativa. O presidente Carlos Nunes e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) optaram pelo silêncio desde que o gancho foi anunciado, há mais de 40 dias.
Procurado insistentemente pelo UOL Esporte, o espanhol José Luis Sáez - emissário enviado pela Fiba para uma série de reuniões do Brasil e para análise das contas da CBB - também não quer se pronunciar. Diz apenas que "um anúncio deverá ocorrer brevemente". Mas não precisa uma data.
Há uma eleição marcada para março, com dois concorrentes: Amarildo Rosa e Guy Peixoto. Porém, em caso de uma intervenção este pleito pode acabar nem ocorrendo.
A suspensão também impacta diretamente nos cofres da CBB, que já sofre com dívidas de mais de R$ 17 milhões. A entidade não pode receber o repasse de R$ 3.467.205,08 da Lei Agnelo/Piva até resolver a pendência com a Fiba. Não bastasse isso, no dia 31 de dezembro deixou de vigorar o contrato de patrocínio com o Banco Bradesco. A instituição financeira pagava cerca de R$ 8,5 milhões anuais à confederação.
Ao UOL, a CBB informou que aguarda um novo contato do Bradesco para negociar a continuidade do apoio, que caso aconteça deverá ter uma redução de valores.
Planejamento está comprometido. Seleções não têm técnicos
A crise política e financeira já tem impacto na quadra e poderá ser ainda mais prejudicial. Os clubes do país estão proibidos de jogar torneios internacionais - por causa disso Flamengo, Bauru e Mogi das Cruzes foram deixados fora da Liga das Américas.
E como não se sabe o desenrolar do caso, não é possível dizer com 100% de certeza se a seleção masculina disputará no segundo semestre a Copa América e as primeiras rodadas das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2019 na China. A seleção feminina também tem neste ano a Copa América, classificatória para o Mundial de 2018 na Espanha.
O cenário da exclusão destas competições existe, mas dificilmente ocorrerá. Mas existem outras questões a ser resolvidas. Quem serão os técnicos das seleções? Como serão os treinamentos? Com a nuvem de incertezas, o planejamento está congelado.
Segundo o UOL Esporte apurou, Vanderlei Mazzuchini deixará o cargo de diretor técnico assim que acabar o mandato de Nunes. Desta forma, caberá a nova direção escolher os substitutos de Rubén Magnano e Antonio Carlos Barbosa.
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