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Como torneio de Ice Cube atraiu figurões da NBA e cativa até celebridades

Power e Tri-State se enfrentam na primeira rodada da liga Big3 - Mike Stobe/Getty Images
Power e Tri-State se enfrentam na primeira rodada da liga Big3 Imagem: Mike Stobe/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

28/06/2017 04h00

A NBA já acabou, mas no último domingo 15 mil pessoas, entre algumas estrelas norte-americanas, estavam no Barclays Center, no Brooklyn, para ver jogos de basquete. E não eram jogos quaisquer. Os duelos de três contra três comuns nos parques foram levados para o moderno ginásio e tiveram como protagonistas ex-jogadores da NBA. Era a estreia da liga Big3.

Idealizada e promovida por Ice Cube, famoso rapper, ator e produtor norte-americano, a liga reúne ex-jogadores da NBA, em algo semelhante ao que é feito no futebol brasileiro com o showbol. Mas o DNA do torneio é mais parecido ao da NBA. E isso é o que fez a primeira rodada atrair figurões ao ginásio e oferecer um futuro promissor.

A começar pela estrutura do torneio. Cada time tem cinco jogadores e um treinador, que também pode ser "jogador-treinador", caso de Allen Iverson, o grande nome da liga. Oito equipes disputam a competição, e um draft transmitido ao vivo serviu para completar cada elenco.

Não existe uma sede fixa. As dez rodadas, disputadas sempre aos domingos, já têm as dez sedes definidas (Brooklyn foi a primeira). Os oito domingos iniciais são da temporada regular e têm quatro jogos. No nono fim de semana, acontecem as semifinais e, no décimo, a decisão. O palco da final será Las Vegas, tradicional palco de grandes eventos esportivos.

Allen Iverson no Big 3 - Mike Stobe/Getty Images/AFP - Mike Stobe/Getty Images/AFP
Allen Iverson é a principal estrela entre os ex-jogadores da NBA no Big3
Imagem: Mike Stobe/Getty Images/AFP

Um "velho novo" esporte

O grande trunfo da liga, no entanto, é a própria essência do três contra três. De colégios a faculdades, de parques a quadras simples, o basquete jogado em meia quadra faz parte do dia a dia do amante do basquete. E poder ver ex-jogadores da NBA disputando um torneio nesses moldes é oferecer um "velho novo produto" de sucesso.

As regras também são específicas e, algumas delas, "importadas" das ruas. No caso de rebote defensivo se a bola tocar o aro, por exemplo, o time precisa sair do garrafão até a linha de três para só então iniciar seu ataque. Sempre que uma cesta é feita, o árbitro precisa tocar a bola para o jogo recomeçar.

A partida não é medida por tempo, mas por placar: ganha a equipe que fizer 60 pontos primeiro e com uma vantagem mínima de dois pontos. Ou seja, o jogo não acaba no 60 a 59. O intervalo só acontece quando algum time chega aos 30 pontos.

Como cada time tem apenas cinco jogadores no elenco, não existe falta individual nem eliminação, consequentemente. A partir da quinta falta, o time adversário tem direito aos arremessos livres e à posse de bola.

Ice Cube no Big3 - Kathy Willens/AP - Kathy Willens/AP
Idealizador do Big3, Ice Cube conseguiu atrair celebridades para arquibancada
Imagem: Kathy Willens/AP

Existe uma nova pontuação também: um arremesso de quatro pontos feito a pouco mais de 9 metros de distância da cesta. Tudo para deixar o jogo atraente. Na primeira rodada funcionou. Entre os 15 mil presentes no Barclays Center, estavam personalidades como as atrizes Whoopi Goldberg e Lela Loren, o ator LL Cool J, e estrelas da NBA como Paul Pierce e James Harden.

"Todo ano, o primeiro jogo da NBA era um grande jogo. Eu mal conseguia dormir na véspera. E desta vez senti a mesma coisa. Vou poder dizer pra sempre que fui um dos primeiros jogadores a disputar essa liga", afirmou Rashard Lewis, outro destaque entre os ex-jogadores da NBA.

A Big3 também tem apoio da televisão, já que a Fox Sports fez acordo para transmitir as partidas. Os fãs encontram alguns produtos licenciados para guardar como recordação, como a camisa do destaque de cada time.

A imprensa norte-americana levanta ainda a possibilidade de a Big3 servir como base para a escolha dos jogadores que disputarão o três contra três na Olimpíada, já que a modalidade foi incluída no programa de Tóquio-2020. Mas só o tempo irá dizer se a liga que surgiu para ocupar o vazio deixado pela NBA no verão norte-americano se tornará um grande produto.