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Por que contrato de R$ 105 mi de Felício é modelo para brasileiros na NBA

Brasileiro Cristiano Felício, do Chicago Bulls,em ação contra o Orlando Magic - Jonathan Daniel/Getty Images
Brasileiro Cristiano Felício, do Chicago Bulls,em ação contra o Orlando Magic Imagem: Jonathan Daniel/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

08/07/2017 04h00

Logo nas primeiras horas após a abertura do mercado de agentes livres da NBA, no último sábado (1º), o Chicago Bulls anunciou a renovação do vínculo de Cristiano Felício por quatro anos e valor total de US$ 32 milhões (R$ 105,8 milhões, na cotação do dia). O contrato milionário do pivô, que teve a Summer League como porta de entrada para a liga profissional americana, serve como exemplo para brasileiros que assim como ele não foram selecionados no Draft.

Felício estava disponível no Draft de 2014, mas não foi selecionado por nenhuma franquia da NBA. Porém, o pivô é prova de que as chances de um jogador não se encerram com o fim do recrutamento de calouros da liga. Um ano depois, foi convidado pelos Bulls para representar a franquia na Summer League de Las Vegas.

Competições desse tipo servem para as equipes da NBA darem rodagem a seus jogadores mais jovens e também são uma importante maneira de detectar talento disponível. Foi o caso de Felício, que terminou o torneio com médias de 3,3 pontos e 4,5 rebotes em 13,1 minutos por exibição, o bastante para seduzir os Bulls.

"Minha maior lembrança da Summer League foi após o primeiro ou segundo jogo estar assinando contrato com Chicago. Com certeza vai ficar marcado para sempre aquele dia", disse Felício, ao UOL Esporte.

Naquela altura, o brasileiro assinara por dois anos com a franquia. O contrato que expirou dia 30 foi rapidamente substituído por um novo vínculo de quatro anos pelo valor milionário.

"Com certeza a Summer League foi minha porta de entrada para a NBA. Minha primeira Summer League tive uma experiência incrível, de poder vir para os Estados Unidos, defender a camisa do Chicago Bulls e competir com tantos garotos que, assim como eu, também estavam tentando entrar na NBA", contou.

Neste ano, dois brasileiros vivem a situação que Felício enfrentou em 2015. O armador Georginho, que passou em branco no Draft deste ano, e o ala-pivô Augusto Lima, que não foi selecionado no recrutamento de calouros de 2013.

Georginho é que tem mais chances de repetir os passos de Felício. O armador deve assinar contrato com o Houston Rockets e tentar provar na Summer League que tem condições de fazer parte do elenco profissional.

Para sobreviver à peneira, Georginho tem em quem se inspirar. Em relação ao elenco que terminou a temporada, os Rockets mantiveram Bobby Brown e Isaiah Taylor, armadores que também não foram draftados.

Augusto, por sua vez, tenta a sorte pelo Indiana Pacers.

"Acho que os dois, tanto Georginho como o Augusto, são grandes jogadores e têm muita chance de entrar na NBA. O conselho que eu dou a eles é não tentar fazer muito, porque muitas vezes a gente vem para esses campeonatos tentando fazer muito, e isso acaba atrapalhando um pouco. Acho que jogar dentro do esquema que a equipe está jogando é um conselho, jogar pesado é outro, e prestar atenção nos mínimos detalhes, porque isso também pode vir a ajudar bastante ao longo da competição", sugeriu Felício.