Em 4 anos, deixei de vender drogas para ser estrela da NBA, diz ex-jogador
O ex-armador da NBA Steve Francis deu seu depoimento ao site “The Players Tribune” sobre o período que antecedeu sua chega à liga mais importante do basquete. No texto, o ex-jogador conta que vendia drogas quatro anos antes de estrear na NBA.
“É 1995. Estou acompanhando Allen Iverson detonando por Georgetown (na Liga Universitária), enquanto estou em pé em uma esquina o dia todo construindo meu pequeno império de droga, apenas tentando não ser roubado. E de noite estou batendo bola no porão dos bombeiros”, descreveu.
“Não estou tentando glorificar o tráfico de drogas. Não há glória nenhuma nisso. Mas você precisa entender de onde eu vi e quando foi isso. Cresci na cidade de Washington (EUA) nos anos 1980, durante a epidemia de crack. Nunca chame de ‘Era do crack’, foi uma epidemia. O crack destruiu nossa comunidade. Foi tipo uma praga, cara. Eu assistia a isso. Eu vivia isso. Eu vendia isso”.
Francis continua o texto relembrando que iniciou no mundo das drogas aos 10 anos como “garoto do telefone”, ficando em um restaurante chinês atendendo o telefone e direcionando as pessoas para os lugares em que elas conseguiriam comprar drogas.
O estadunidense chegou a jogar basquete no colegial, mas largou os estudos rapidamente para “voltar a fazer o que tinha que fazer para sobreviver”. Seu contato com o basquete só voltou a existir na faculdade, quando disputou a Liga Universitária pela Universidade de Maryland.
Francis foi a segunda escolha do draft da NBA de 1999. Ele foi escolhido pelo Vancouver Grizzlies e trocado com o Houston Rockets, equipe em que jogou até 2004. Por lá, disputou os playoffs da temporada 2003/04 e foi convocado três vezes para o Jogo das Estrelas.
“Se você me perguntar o que realmente me assustava (no período das drogas), não eram as armas. Tiros eram quase... naturais. Quero dizer, o que você acha que vai acontecer quando você está nas ruas? A coisa mais assustadora eram as drogas, as agulhas, os tubos. As pessoas caíam com aquele olhar. Estavam em todos os lugares. Eram pessoas normais: enfermeiras, professoras, carteiros. Era o apocalipse zumbi. Esse era o ambiente em que estávamos vivendo, todo dia, a todo minuto”.
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