Circum-navegação de SUP em Fernando de Noronha

Roberta Borsari

Roberta Borsari

Este é meu primeiro relato após realizar a circum-navegação inédita do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha - ainda no "fervor" da emoção da conclusão de mais uma travessia!

Remar em uma ilha oceânica é sempre um grande desafio! As correntes são fortes, o clima instável e os ventos poderosos. Cheguei em Fernando Noronha com cerca de 10 dias de janela para fazer a circum-navegação, uma boa media contanto que maio é um período adequado para esta atividade.

Os demais dias seriam para conhecer e documentar as histórias, curiosidades, personagens, trabalhos ambientais e todas as experiências que a equipe do projeto SUPtravessias vivenciasse nesta passagem pelo arquipélago.

Nos dois primeiros dias, apesar da ilha estar sob influência de uma convergência intertropical com variação de chuvas passageiras e ventos variados, ainda havia a indicação de possibilidade para a realização da travessia, mas estávamos chegando e fazendo o contato com todos. A partir daí, instalou-se a entrada de ventos contínuos com média de 17 nós, o que não era um cenário favorável para a realização desta atividade. Sabemos que as previsões não são 100% assertivas e que as mudanças ocorrem a todo o momento, mas neste cenário fiquei com duas opções: abortar a missão ou realizar a circum-navegação em condições dificílimas com uma previsão de 18 nós de vento com rajadas de até 20 nós.

Conversas com os conhecedores e homens do mar de Noronha foram fundamentais para este planejamento tão complexo. A ilha possui duas costas com geografia bem diferentes, uma plataforma é rasa e a outra profunda, chamadas de "mar de fora" e "mar de dentro". O mar de fora é conhecido por suas fortes correntes e ondulações. Mas foi nesta sexta feira, 24 de maio, que descobri o que é remar em uma máquina de lavar roupa - com água chacoalhando para todos os lados – e ainda com ventos fortíssimos.

Voltando ao planejamento, havia ainda diversos pontos críticos durante todo o trajeto com fortes correntes, como as duas extremidades, por exemplo. Sendo necessária uma navegação técnica que não se resolve só na força.

Acordei nesta sexta com a missão de fazer uma circum-navegação o extremante técnica, com media de 50km, com correntes fortíssimas e ventos de cerca de 20 nós. Um desafio e tanto! Em outras ocasiões um cenário para abortar a missão e aguardar uma nova data ou possibilidade. Neste caso, depois de meses de planejamento, a tentativa seria um aprendizado que só vivenciaria entrando na água. Claro que com uma equipe muito profissional para me acompanhar e proporcionar toda a segurança necessária. Pude contar com o suporte da equipe da operadora de mergulho Atlantis Divers e meu parceiro de logística, o Betinho da Vivencial Outdoor Learning. Profissionais que me acompanharam nesta jornada e fizeram a diferença.

A volta à ilha foi realizada em condições extremas, passando por grandes vagalhões, muita atenção nas extremidades, remando boa parte num oceano selvagem e revolto no mar de fora, mas também passando por cenários espetaculares e momentos acolhedores no mar de dentro. Parte da extremidade norte do arquipélago no mar de fora foi absolutamente instransponível de sup por conta de junção dos ventos e uma forte corrente vinda da África e tive que contar com a embarcação para passar este trecho, no mais foi muito braço e técnica.

Os aprendizados foram muitos e as historias são absolutamente sensacionais. Isto por que estou falando apenas da circum-navegacão, mas tem muito mais por ai!!

Em breve todos os detalhes, aqui no UOL e nos melhores veículos de comunicação do país:

- o planejamento
- o desafio da circum-navegação
- personagens de Noronha
- homens do mar
- o parque nacional marinho
- os mergulhos com a Atlantis
- Noronha por dentro e por fora
- imagens alucinantes
- aqueles que fizeram a diferença
- a ótica do sup

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

UOL – o melhor conteúdo
Board House
Vivencial Outdoor Learning (Betinho)
Atlantis Divers
 All Angle – Zaira Matheus e equipe
Leo – curador do Museu do Tubarão de Noronha
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha
ICMBio – Ricardo Araujo
Wellington Lima – gestor de esportes do PNMFN

Roberta Borsari

Roberta Borsari é atleta TOP 10 do kayaksurf mundial e aventureira especializada em esportes a remo. Seu nome está entre as pioneiras da canoagem brasileira e sua carreira possui títulos, feitos, artigos, cursos e palestras. Foi a primeira mulher no mundo a surfar uma pororoca de caiaque, fez travessias inéditas de sup em mar aberto e possui títulos em modalidades como rafting, canoa haviana e slalom. Idealizadora do projeto SUPtravessias, visita ilhas com relevância mundial como Galápagos, Ilha de Páscoa e Maldivas realizando desafios de stand up paddle e registrando as belezas, curiosidades e comunidades locais.
www.robertaborsari.com | www.suptravessias.com.br
contato@robertaborsari.com.br

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