Brasil campeão do mundo
Gilmar; Djalma Santos, Bellini e Nilton Santos; Orlando e Zito; Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagallo. Com essa equipe o Brasil entrou em campo no dia 29 de junho de 1958 para conquistar a sua primeira Copa do Mundo de futebol.

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Pelé chora no peito de Gilmar: o Brasil acabara de se sagrar campeão do mundo pela primeira vez ao derrotar a Suécia
De uniforme azul, o Brasil enfrentou na final a Suécia, sede do Mundial, e venceu a partida por 5 a 2. Além do título, o Brasil mostrou ao mundo um jovem atacante. Ele desequilibrou as duas partidas finais e tornou-se peça fundamental para a conquista. Seu nome: Edson Arantes do Nascimento, ou simplesmente Pelé.


Apesar de não ter repetido o mesmo festival de gols do Mundial da Suíça quatro anos antes, a Copa de 1958 não decepcionou os torcedores. Foram marcados 126 gols em 35 partidas, com uma média de 3,6 gols por jogo.

A Suécia se esforçou e conseguiu organizar um grande torneio. Vários estádios foram construídos para abrigar as partidas da Copa. Dentro de campo, os donos da casa também fizeram bonito e conseguiram chegar à decisão.

Número de Participantes - 16
Jogos - 35
Gols - 126
Média de gols - 3,6
Sedes - Boras, Estocolmo, Gotemburgo, Halmstad, Halsinborg, Malmoe, Norrkoping, Orebro, Sandvik, Udevalla e Vasteras
Média de público - 24.800 pessoas
Artilheiro - Just Fontaine (FRA) - 13 gols
Campeão - Brasil
Vice-campeão - Suécia
Terceiro colocado - França
Outra seleção que mostrou um grande futebol foi a França. O atacante Just Fontaine marcou 13 gols na competição e terminou como artilheiro. Até hoje nenhum outro jogador conseguiu superar a marca do francês numa mesma Copa.

A Alemanha Ocidental, campeã na Copa da Suíça, mais uma vez não empolgou. Mesmo assim, conseguiu chegar às semifinais, quando foi derrotada pela Suécia. Na decisão do terceiro lugar, a equipe foi massacrada pela França.

A grande decepção do Mundial foi a Argentina, que voltava a disputar uma Copa após 24 anos. Mas a equipe sul-americana não conseguiu passar da primeira fase, goleada pela Tchecoslováquia por 6 a 1.

A nota triste da Copa do Mundo foi a ausência de Jules Rimet. O criador do Mundial morreu em 1956, aos 83 anos, em Paris. Assim, coube ao rei da Suécia, Gustavo Adolfo, entregar ao capitão da seleção brasileira, Bellini, o troféu de campeão do mundo.

E o troféu ficou em boas mãos. O Brasil foi o melhor time da Copa. Para chegar à final, passou por adversários fortíssimos, como Inglaterra, União Soviética e França. O time apresentou um futebol de alta qualidade, com bom toque de bola e um ataque arrasador.

Não foi apenas Pelé que realizou um grande Mundial. Gilmar, Didi e Garrincha contribuíram bastante para que a seleção finalmente conseguisse ganhar o título, que escapou por pouco oito anos antes, no Maracanã. No gesto de Bellini levantando a taça nascia um gigante do futebol mundial.





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Pelé ainda era um adolescente quando assombrou o mundo

PELÉ

Pelé não tinha nem 18 anos quando fez sua primeira partida na Copa, contra a União Soviética, na última rodada da primeira fase. Sua escalação foi pedida pelos outros atletas, que também convenceram o técnico Vicente Feola a colocar Garrincha e Zito.

Meio assustado, Pelé fez uma partida regular. A vitória de 2 a 0 sobre os russos colocou o Brasil nas quartas-de-final. E a partida contra o País de Gales seria o início da coroação de Pelé.

O jogo foi difícil. O País de Gales, inferior tecnicamente, se trancou na defesa. Bem marcado por Melvyn Charles, Pelé sofria. Mas foi com um lance genial do atacante do Santos que o Brasil ganhou. Aos 26min do segundo tempo. Pelé recebeu um lançamento de Zagallo, deu um chapéu em Charles e, sem deixar a bola cair, tocou no canto direito do goleiro Jack Kelsey. Um golaço. O primeiro de Pelé em Copas.

O gol deu ânimo para Pelé. E sua estrela brilhou na semifinal, contra a França. Depois de uma vantagem de 2 a 1 em um primeiro tempo equilibrado, Pelé tomou conta do jogo. Em 45 minutos, fez três gols.

A final foi a consagração de Pelé, que se tornou o mais jovem jogador a ser campeão do mundo. Para coroar sua participação, marcou dois gols. Depois da partida, Pelé voltou a ser um menino. Chorando em campo, foi carregado pelos outros jogadores na volta olímpica.