Suspeita mancha título inglês
A Inglaterra, inventora do futebol, precisou esperar até 1966 para organizar (e ganhar) uma Copa do Mundo. Num torneio marcado por suspeita de favorecimento de arbitragem e muita violência, o esforçado time inglês passou pela Alemanha Ocidental na decisão.

AFP
Geoffrey Hurst marca o terceiro gol da Inglaterra na final, mas a dúvida ainda permanece: a bola entrou ou não entrou?
A violência foi a maior característica da Copa. Sobrou até mesmo para Pelé, caçado em campo por jogadores da Bulgária e de Portugal. Além da participação discreta de Pelé, uma péssima organização fez com que a seleção brasileira fosse eliminada logo na primeira fase.

O Brasil fez sua pior campanha em Copas desde 1934. Foi eliminado na primeira fase, após derrotas para Hungria e Portugal. A equipe, formada por veteranos dos Mundiais de 58 e 62 e por novatos que se sagrariam campeões em 70, não se encontrou em campo apresentou um futebol lamentável.

O torneio foi muito ruim tecnicamente. As duas seleções finalistas apresentaram um futebol mais de força do que de habilidade. O grande destaque foi Portugal, que em sua estréia em Mundiais ficou em terceiro lugar.

A seleção lusitana ainda teve o artilheiro da competição, Eusébio, e foi protagonista de uma das maiores viradas na história das Copas. Depois de estar perdendo por 3 a 0 para a Coréia do Norte nas quartas-de-final, conseguiu vencer a partida por 5 a 3.

Número de Participantes - 16
Jogos - 32
Gols - 89
Média de gols - 2,78
Sedes - Birmingham, Liverpool, Londres, Manchester, Middlesbrough, Sheffield e Sunderland
Média de público - 50.459 pessoas
Artilheiro - Eusébio (POR) - 9 gols
Campeão - Inglaterra
Vice-campeão - Alemanha Ocidental
Terceiro colocado - Portugal
A equipe norte-coreana, por sinal, foi responsável pela maior zebra do torneio. Na primeira fase, venceu a Itália por 1 a 0, resultado que acabou tirando a seleção européia do Mundial.

Além da violência (cinco jogadores foram expulsos de campo, numa época em que não havia a distribuição de cartões amarelos ou vermelhos), as arbitragens desastrosas macularam a Copa, sobretudo a conquista inglesa.

A maior polêmica da arbitragem aconteceu no jogo final, entre Inglaterra e Alemanha. Aos 11min da prorrogação, o atacante inglês Geoffrey Hurst fez o gol mais discutido da história das Copas. Após um belo chute, a bola bateu na trave e caiu próxima à linha. O bandeirinha assinalou que a bola tinha entrado, e o árbitro suíço Gottfried Dienst confirmou o gol.

A Alemanha reclamou da marcação, mas o juiz não mudou sua decisão. A Inglaterra ficou em vantagem e ainda conseguiu marcar mais um gol no final da prorrogação, para vencer a final por 4 a 2.






Arquivo Folha Imagem
Eusébio foi o artilheiro da Copa de 1966

EUSÉBIO

Ele nasceu em Moçambique, começou a carreira em um time chamado "Os Brasileiros" e foi o artilheiro, com nove gols, com o uniforme de Portugal.

Eusébio, o "Pantera Negra", tinha 24 anos quando entrou em campo para enfrentar a Hungria e marcou seu primeiro gol na Copa, na vitória de 3 a 0 sobre a Bulgária. O jogo seguinte foi contra o Brasil. Eusébio começou aí sua arrancada para ser o melhor jogador da Copa ao marcar dois gols e ajudar a seleção portuguesa a despachar a brasileira por 3 a 1.

Nas quartas-de-final, contra a Coréia do Norte, Eusébio comandou a reação que tirou uma desvantagem de 3 a 0 em 24 minutos. Em sua melhor atuação na carreira, marcou quatro gols e garantiu a virada de Portugal por 5 a 3.

A Inglaterra, anfitriã do torneio, foi a rival de Portugal na fase semifinal. Bem marcado, Eusébio não evitou a derrota portuguesa por 2 a 1, mesmo marcando um gol de pênalti.

Na despedida, contra a União Soviética, levou a melhor no confronto contra o goleiro Yashin e fez de pênalti o primeiro gol da vitória por 2 a 1.

Eusébio atuou 64 vezes pela seleção portuguesa e marcou 41 gols. O atacante jogou até 1978, a maior parte do tempo no Benfica, onde ganhou 11 títulos nacionais.