Divulgação
O troféu Copa do Mundo
Fifa, que "estreou" em 1974
A nova era da
Copa do Mundo

O torneio de 1974, disputado na Alemanha, marcou o início de uma nova era na história das Copas.

A Taça Jules Rimet não estava mais em jogo, passara para a posse definitiva do Brasil (primeiro tricampeão mundial). Em seu lugar entrou a Copa do Mundo Fifa, troféu de 37 centímetros de altura feito em ouro maciço. A Fifa escolheu a proposta do escultor italiano Silvio Gazzaniga, que concorreu com outros 52 projetos.

Além disso, a Copa do Mundo Fifa não iria definitivamente para nenhum país. O campeão do mundo fica com o troféu por quatro anos, até o torneio seguinte, e depois recebe uma réplica menor.

A segunda mudança foi fora dos campos. Foi a primeira Copa com o brasileiro João Havelange presidindo a Fifa, a entidade que controla o futebol mundial. Havelange, o primeiro não-europeu a assumiu a Fifa, foi constantemente reeleito, abandonando o posto em 1998 -desde então, continua como presidente de honra.

Número de Participantes - 16
Jogos - 32
Gols - 97
Média de gols por jogo - 2,55
Sedes - Berlim, Dortmund, Düsseldorf, Frankfurt, Gelsenkirchen, Hamburgo, Hannover, Munique e Stuttgart
Média de público por jogo - 46.685 pessoas
Artilheiro - Lato (POL) - 7 gols
Campeão - Alemanha Ocidental
Vice-campeão - Holanda
Terceiro colocado - Polônia
E foi dentro dos gramados que aconteceu a terceira mudança. A Holanda, que não disputava uma Copa havia 36 anos (penúltimo lugar em 1938), ressurgiu com uma geração genial e um futebol encantador.

A equipe ficou conhecida como a "Laranja Mecânica", por causa da cor de seu uniforme e da impressionante movimentação de seus atletas -exceto pelo goleiro Jongbloed, nenhum outro guardava posição fixa.

E, com esse elenco fantástico, comandado por Johan Cruyff, a Holanda obteve resultados expressivos para se classificar para a final. Na ordem, os holandeses enfrentaram o Uruguai (2 a 0), a Suécia (0 a 0) e a Bulgária (4 a 1) na primeira fase, e Argentina (4 a 0), Alemanha Oriental (2 a 0) e Brasil (2 a 0) na fase semifinal.

A final foi contra os anfitriões. Sem uma campanha brilhante, a Alemanha Ocidental tinha um elenco respeitável, comandado pelo zagueiro Franz Beckenbauer. Os resultados da primeira fase não foram tão animadores: 1 a 0 sobre o Chile, 3 a 0 sobre a Austrália e a surpreendente derrota de 1 a 0 para a Alemanha Oriental.

Na fase semifinal, a Alemanha Ocidental era outra. Foram três vitórias: 2 a 0 na Iugoslávia, 4 a 2 na Suécia e 1 a 0 sobre a forte concorrente Polônia.

A decisão colocou de um lado a equipe anfitriã, que buscava seu segundo título (vencera em 1954), contra a originalidade e a imprevisibilidade holandesa. A Holanda ainda saiu na frente, mas valeu a força e a tradição da Alemanha: vitória por 2 a 1 e o bi.





Arquivo Folha Imagem
Beckenbauer levanta
o troféu de campeão

FRANZ BECKENBAUER

A Copa teve em seus gramados o brilhante holandês Johann Cruyff, jogador como poucos, estrela indiscutível. Mas teve também o beque Franz Beckenbauer, o capitão que levantou o troféu de campeão da Alemanha Ocidental.

Beckenbauer fez história no futebol alemão. Elegante, seguro e um líder nato, já era titular do Bayern de Munique aos 17 anos. Por esse clube, conquistou uma leva invejável de títulos: tricampeão da Copa dos Campeões da Europa (de 1974 a 1976), campeão da Copa Intercontinental (1976) e quatro títulos nacionais (1969, 1972, 1973 e 1974).

Defendeu a seleção de 1965 a 1977, com 103 partidas e 14 gols. Foram três Copas, sempre com ótimos resultados: campeão em 74, vice em 66 e terceiro em 70.

Continuou referência no futebol alemão mesmo depois de deixar de jogar. Como técnico, levou a Alemanha ao vice-campeonato mundial em 1986 e ao título em 1990 -antes dele, apenas o brasileiro Mario Jorge Lobo Zagallo conseguiu ser campeão como atleta e treinador.

Beckenbauer continua na ativa, nos bastidores. É o presidente do clube que o consagrou, o Bayern de Munique, e dirige o comitê organizador da Copa do Mundo de 2006, que será na Alemanha. E não quer parar por aí: em entrevistas, diz que, após a Copa de 2006, quer se candidatar à presidência da Fifa. Se repetir o sucesso que teve como atleta e treinador...