França, pela primeira vez
Exatos 20 anos depois de a Argentina conquistar seu primeiro título mundial, a Copa do Mundo conheceu outro campeão inédito.

Reuters
Jogadores da França comemoram com
a torcida em frente ao Arco do Triunfo
Jogando em casa, a França levou a taça. E não deixou espaço para qualquer contestação: chegou ao título com a melhor defesa e o melhor ataque, feito inédito na história dos Mundiais.

A Copa de 1998 foi a maior de todas. Nada menos que 32 seleções disputaram o torneio, tornando sua primeira fase mais difícil. Seleções como a da Espanha e a da Colômbia foram embora mais cedo, já ao fim da primeira fase.

Mas as principais candidatas ao título, Brasil, Argentina, França, Itália, Holanda e Alemanha, não tiveram grandes problemas para avançar no torneio.

O destaque da primeira fase foi a partida entre Irã e EUA, dois países que têm uma relação política conturbada. Não houve hostilidade e violência. As duas equipes atuaram limpo e posaram para fotos juntas. Os iranianos venceram por 2 a 1 e, mesmo eliminados, foram recebidos como heróis em seu país.

Número de Participantes - 32
Jogos - 64
Gols - 171
Média de gols - 2,67
Sedes - Montpellier, Saint-Denis, Paris, Bordeaux, Marselha, Nantes, Lens, Saint Etienne, Toulouse, Auxerre, Lyon
Média de público - 43.366 pessoas
Artilheiro - Suker (CRO) - 6 gols
Campeão - França
Vice-campeão - Brasil
Terceiro colocado - Croácia
Nas oitavas-de-final, Argentina e Inglaterra fizeram um dos melhores jogos da Copa. Os ingleses mostraram ao mundo o futebol do jovem atacante Michael Owen, mas, ao fim, os argentinos levaram a melhor na disputa de pênaltis.

A surpresa foi a seleção da Croácia. Disputando o torneio pela primeira vez, os croatas não se intimidaram e chegaram ao terceiro lugar. No caminho, venceram rivais poderosos como a Alemanha e a Holanda. Além disso, tiveram o artilheiro da Copa: o atacante Davor Suker, com seis gols marcados.

Coube à França, anfitriã, eliminar a Croácia, em uma semifinal emocionante, com dois gols de Thuram no segundo tempo.

Na decisão, encontraram-se as seleções que todos esperavam ver: Brasil x França. Defendendo o título, o Brasil sofreu com o episódio envolvendo Ronaldo e uma convulsão no dia da final.

Foram, no entanto, as deficiências da equipe que determinaram a derrota para a França. Empurrados pela torcida, os franceses não deixaram escapar a chance de ganhar um Mundial. Com Zinedine Zidane em um dia inspirado, a França entrou para o seleto grupo dos campeões mundiais.





Arquivo Folha Imagem
Zidane comemora gol marcado sobre o Brasil

ZINEDINE ZIDANE

Desde Michel Platini a França não tinha um jogador como o meia Zinedine Zidane.

Técnico e hábil, Zidane comandou com muita inteligência o meio-campo francês e garantiu o título com exibição impecável contra o Brasil.

Zidane começou a Copa de forma discreta. Não apareceu muito; jogava para o time e liderou a França nas vitórias sobre a África do Sul (3 a 0) e Arábia Saudita (4 a 0).

Contra os árabes, quase pôs tudo a perder. Pisou em um adversário caído no chão e foi expulso. Acabou suspenso por dois jogos. Sem Zidane, a França quase caiu.

Ainda pela primeira fase, sofreu para vencer a Dinamarca (2 a 1). Nas oitavas, só bateu o Paraguai na prorrogação, com um sofrido gol.

De volta nas quartas, deu confiança ao time francês para superar rivais mais fortes, como Itália e Croácia.

Especialista na armação das jogadas ofensivas, Zidane marcou apenas dois gols durante a Copa, ambos de cabeça, ambos na final, ambos contra o Brasil.