A primeira Copa do México talvez tenha sido a de nível técnico mais elevado de todas, com os melhores jogos e as melhores seleções, além de uma torcida fanática e participativa.
Muitos lances foram eternizados. Curiosamente, três deles foram os "quase gols" de Pelé. No primeiro, a cabeçada para a defesa histórica do goleiro inglês Gordon Banks; no segundo, a tentativa de gol do meio-campo contra a Tchecoslováquia, que passou perto; e no terceiro, a meia-lua de corpo no goleiro uruguaio e o chute para fora.
Pela primeira vez, as semifinais do torneio foram disputadas exclusivamente por países que já haviam conquistado o título: Alemanha Ocidental (1954) contra a Itália (1934 e 1938), e Uruguai (1930 e 1950) diante do Brasil (1958 e 1962).
E o melhor desses duelos foi o entre alemães e italianos. Após empate por 1 a 1 no tempo normal, as duas equipes marcaram cinco gols na eletrizante prorrogação. Melhor para a Itália, que venceu por 4 a 3.
A final, que transformaria o ganhador no primeiro tricampeão da história, foi outro grande jogo. Dessa vez muito mais pelo show brasileiro do que pelo equilíbrio da disputa - vitória por 4 a 1, com gols de Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto Torres; Boninsegna fez o dos italianos.
Também foi uma Copa de brilhantes destaques individuais. Do goleiro Banks ao zagueiro alemão Franz Beckenbauer, do goleiro uruguaio Mazurkiewicz ao zagueiro inglês Bobby Moore, do atacante peruano Cubillas ao artilheiro alemão Gerd Müller.
Nenhum elenco, porém, se comparava ao brasileiro, principalmente do meio-campo para a frente: Clodoaldo e Gerson no meio, Pelé, Jairzinho, Tostão e Rivelino no ataque.
A seleção conseguiu seis vitórias em seis jogos, com 19 gols marcados (média de mais de três por jogo) e 7 sofridos (mais de um por jogo, em média). Uma equipe ofensiva, com craques únicos, conquistando a Copa que apresentou o futebol mais bonito da história.
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