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Oscar (esq) e Edinho protestam contra gol anulado pelo árbitro

FOTOS DA COPA DE 78

Um campeão sob suspeita

Assim como o Mundial de 1966, na Inglaterra, a Copa de 1978, na Argentina, também entrou para a história como um enorme ponto de interrogação. Estaria tudo arranjado para que a equipe da casa fosse a campeã?

A situação na Argentina era muito ruim. A linha-dura e a censura impostas pela ditadura tornaram a organização da Copa um trunfo para os militares. Houve muitos protestos, boicotes e pedidos para que a Fifa mudasse a sede, mas o presidente da entidade, o brasileiro João Havelange, foi irredutível.

Não demorou muito para a Argentina mostrar que não era tão forte assim - foi derrotada na primeira fase pela Itália por 1 a 0. Nos outros jogos, vitórias suadas: 2 a 1 na Hungria e na França. Últimos campeões, os alemães também não estavam bem - conseguiram apenas dois empates em 0 a 0 (Polônia e Tunísia), e uma goleada (6 a 0) na fraca equipe mexicana.

A seleção brasileira também não atravessava um bom momento. Os dois primeiros jogos terminaram empatados: 1 a 1 com a Suécia, e 0 a 0 com a Espanha. Somente no terceiro jogo, contra a Áustria, o Brasil chegou à primeira vitória, magra, por 1 a 0.

Logo na estréia, o Brasil passou por uma situação, no mínimo, suspeita. Empatava com a Suécia em 1 a 1, e o jogo estava acabando. Nelinho cobrou escanteio, e Zico escorou com perfeição para o fundo das redes, mas o árbitro invalidou o gol alegando ter apitado o fim da partida com a bola no ar.

Mas o pior ainda estava por vir. Na fase semifinal, o Brasil caiu no mesmo grupo de Argentina, Peru e Polônia. Apenas uma equipe iria para a final, e brasileiros e argentinos chegaram à última rodada em condições iguais. Ambos estrearam com vitória (Brasil 3 a 0 no Peru, Argentina 2 a 0 sobre Polônia), e empataram entre si em uma partida violentíssima.

A rodada decisiva indicaria o finalista. O Brasil jogou antes e fez 3 a 1 nos poloneses. Com isso, os anfitriões já entraram em campo sabendo o que precisavam fazer para ficarem com a vaga: golear o Peru por quatro ou mais gols de diferença.

Foi mais fácil do que parecia: a Argentina massacrou por 6 a 0. O resultado motivou todo o tipo de acusações, nenhuma delas comprovada: contra o goleiro Quiroga, peruano nascido na Argentina; contra o próprio elenco peruano, que teria recebido US$ 10 mil para perder; e até contra o árbitro francês Robert Wurtz. Os atletas peruanos sofreram tentativa de agressão quando retornaram ao seu país.

Ao Brasil, restou a disputa do terceiro lugar - vitória de virada contra a Itália, 2 a 1 - e o título de "campeão moral". Os argentinos empataram a final com a Holanda em 1 a 1, mas marcaram duas vezes na prorrogação e ficaram com o seu primeiro, embora questionado, título mundial.

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