Após pressão de atletas e moradores, Maratona de Nova York é cancelada por causa de furacão
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, voltou atrás na decisão de manter a maratona na cidade no próximo domingo (04/11). Mesmo após a destruição na cidade causada pelo furacão "Sandy", o prefeito queria manter a prova, mas a pressão de políticos, de atletas e da população nova-iorquina, levou ao cancelamento da prova.
A decisão foi tomada por organizadores de evento e funcionários municipais na tarde desta sexta-feira e confirmada em pronunciamento via Twitter pelo prefeito Michael Bloomberg.
"Decidimos cancelar a Maratona de Nova York. A New York Road Runners (organizadora do evento) terá mais informações para os competidores nos próximos dias", escreveu no microblog.
Em pronunciamento oficial, o prefeito explicou o porquê da decisão. "Não queremos nenhuma sombra sobre a corrrida ou sobre seus participantes. Não se pode permitir que uma controvérsia a respeito de um evento esportivo distraia o trabalho de importância vital que está sendo realizado para recuperar a cidade", disse.
Esta será a primeira vez que a maratona não será realizada desde 1970. Mesmo em 2001, dois meses após os atentados de 11 de setembro, a corrida foi realizada.
A primeira decisão de Bloomberg, de manter a realização da prova, foi considerada como de "mau gosto", já que boa parte da população na área da corrida ainda sofre com os danos causados pela tempestade extratropical. A necessidade de foco nos esforços para recuperação da cidade também foi um dos argumentos utilizados para que a prova fosse cancelada.
Um dos principais críticos de Bloomberg, o líder da oposição da Câmara Municipal de Nova York James Oddo questionou a decisão inicial do prefeito em entrevista à rede de televisão americana CBS: "Como é possível realizar uma corrida a 800 metros de onde morreram pessoas?".
Os argumentos de Bloomberg e da diretora da Maratona de Nova York, Mary Wittenberg, para que o evento fosse realizado eram de que ele promoveria os impulsos morais necessários, além de trazer benefícios econômicos para a cidade.
Detalhes sobre se a prova será mesmo cancelada ou apenas adiada ainda não foram decididos. Os cerca de 50 mil atletas de diversos países que viajaram a Nova York de diversos países também não sabem se receberão alguma compensação pela viagem perdida. Entre eles, o brasileiro Marílson Gomes dos Santos, que também mostrou preocupação com a situação da cidade norte-americana.
"Estou mais apreensivo com a situação em Nova York. Não sei se a infraestrutura vai estar pronta para receber tanta gente", declarou antes de embarcar para os Estados Unidos na última quinta-feira (03/11).
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