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'É uma Olimpíada pra mim', diz Laís Souza sobre tratamento contra paralisia

Laís Souza foi homenageada pela seleção brasileira de futebol nos EUA - Danilo Lavieri/UOL
Laís Souza foi homenageada pela seleção brasileira de futebol nos EUA Imagem: Danilo Lavieri/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em Miami (EUA)

05/09/2014 13h54

Laís Souza tem encarado o tratamento contra a paralisia como se fosse uma Olimpíada. A afirmação foi feita pela própria ex-ginasta nesta sexta-feira (5) em Miami, nos Estados Unidos, em um auditório no hospital em que ela recebe o tratamento para recuperar sensibilidade e movimento do seu corpo.

Em busca de doações para que o projeto continue, ela, inclusive, entrará no campo do SunLife Stadium, onde Brasil e Colômbia jogarão a partir das 22h.

"É como se fosse uma competição, uma Olimpíada. É assim que eu estou encarando. Eu sei das dificuldades, sei que vai demorar, mas estou doando meu corpo para isso. Eu acredito que vai dar tudo certo. Eu estou me dedicando, como se fosse uma competição mesmo. Estou me preparando para competir", disse Laís.

Ela recebeu duas injeções de célula-tronco e entrou para a história dos Estados Unidos como a primeira pessoa a passar por esse tipo de tratamento. No fim deste mês, ela será submetida a mais uma injeção e, então, aguardar pelas reações de seu corpo.

"Eu já estou sentindo um pouco a minha barriga, sinto a minha mão. Cada mexida de dedo é uma vitória para mim. É nisso que eu estou focada", completou.

O projeto tem sido custeado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e ainda não tem prazo para acabar. Ela pode voltar para o Brasil já no fim do ano, mas pode ter de retornar aos Estados Unidos assim que a FDA (agência que regula esse tipo de tratamento) autorizar o uso de injeções de célula Schwann.

"Explicando didaticamente, a espinha dela precisa de reparos. Essas células tronco estão agindo em células que ainda estão vivas. Foram células retiradas da bacia dela. Depois, as células de Schwann serão retiradas de um nervo da perna e servirão para tentar recuperar as células que foram mortas no acidente dela", explicou o médico do COB, Antônio Mattos.

O médico diz não saber quanto custa o tratamento específico de Laís, mas explica que a fundação gasta mais de R$ 60 milhões por ano para o projeto que busca a cura da paralisia. Ela depende de doações para continuar atuando.

Laís Souza recebe uma pensão especial mensal e vitalícia de R$ 4.390,24 por meio do Regime Geral de Previdência Social. A iniciativa é dos deputados Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Rubens Bueno (PPS-PR).

A brasileira sofreu um acidente em janeiro deste ano quando treinava para participar das Olimpíadas de Inverno, em Sochi, na Rússia. Após a queda, a atleta perdeu os movimentos do braço e da perna.