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Alvo de racismo e ameaças, jogador de hóquei negro vai à partida escoltado

Kyle Kujawa/NHL
Imagem: Kyle Kujawa/NHL

Do UOL, em São Paulo

10/05/2018 20h29

O preconceito está em todos os lugares, como infelizmente Givani Smith testemunhou há cerca de dez dias. Jogador de hóquei, ele sofreu ameaças e insultos racistas pela internet e precisou de escolta policial para disputar uma partida de playoff no Canadá.

Aos 20 anos, Smith é uma promessa do Detroit Red Wings, da NHL, que atua pelo Kitchener Rangers na liga de desenvolvimento Ontario Hockey League. São apenas cerca de 12 jogadores negros entre os 500 que disputam a competição, que é uma das maiores do Canadá para atletas jovens e frequentemente funciona como ponte para a liga americana.

As ofensas direcionadas a Smith foram tamanhas e tão graves, que a OHL resolveu intervir. O comissário David Branch solicitou a escolta policial para garantir a segurança do jogador, uma atitude extrema que ele tomou pela primeira vez nos quase 40 anos no cargo.

O problema todo começou em 29 de abril. Os Rangers jogavam decisão contra os Greyhounds e Givani Smith era um dos melhores em quadra. Ele deu uma assistência na prorrogação, e seu time venceu. Na comemoração, o jogador extrapolou na provocação e fez um gesto obsceno em frente ao banco de reservas adversário.

Foi no dia seguinte, no jogo 7 da série, que Smith foi escoltado no duelo fora de casa. Ele estava suspenso pela indisciplina, mas assistiu à partida da cabine de imprensa. Foi acompanhado por dois policiais militares em uma viatura até o rinque, ainda que a distância percorrida não passasse de um quilômetro. Dentro do complexo esportivo, Smith se juntou à equipe e dispensou a escolta.

Segundo o diretor geral dos Rangers, o atleta foi alvo de racismo em “alguns incidentes  durante a temporada”. Givani Smith, no entanto, prefere não se pronunciar sobre o tema para se preservar, visto que tem a ambição de um dia atuar na NHL.