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Decisivo na Rio 2016, Lipe volta à seleção esta semana

João Batista Junior

12/06/2017 06h00

Campeão olímpico, Lipe tem três pratas na Liga Mundial (foto: FIVB)

Autor do ponto que definiu o destino da medalha de ouro do vôlei masculino na última Olimpíada, o ponteiro Lipe vai estrear na Liga Mundial 2017 neste fim de semana, em Córdoba (Argentina). O ponteiro – que estava no Halkbank, da Turquia, e vai jogar pelo Sesi na próxima temporada – foi poupado do giro da seleção brasileira pela Europa e estará à disposição do técnico Renan Dal Zotto para enfrentar a Bulgária (na sexta-feira), o time da casa (no sábado) e a Sérvia (no domingo).

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Em entrevista ao Saída de Rede, Lipe explicou que sua ausência em algumas etapas da competição se deu por razões físicas. "A intensidade de treinos e jogos é muito forte, e preciso avaliar até onde posso ir", disse o jogador, que completa 33 anos na próxima segunda-feira, dia 19.

"A minha dúvida em continuar na seleção sempre foi a questão física", afirmou. "Enquanto a comissão técnica avaliar que a minha participação na seleção é relevante, procurarei servir com honra e orgulho", assegurou o ponteiro, que chegou a cogitar aposentadoria da equipe nacional em setembro passado, durante os amistosos contra Portugal.

Com o foco voltado à conquista do título da Liga Mundial, Lipe acha "difícil" participar de todo o ciclo olímpico com a seleção. "Como já mencionei, a minha permanência depende sempre de o quanto eu esteja ajudando. Se a comissão achar relevante, estarei presente", garantiu o atleta, que participou de três vice-campeonatos do Brasil no torneio – 2013, 2014 e 2016.

Além dele, outro campeão olímpico que esteve fora das primeiras rodadas e deve jogar em Córdoba é o oposto Wallace.

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"Loucura total" na Turquia e retorno ao Brasil
Depois de dois anos na Funvic/Taubaté, Lipe teve uma temporada de altos e baixos no Halkbank: se, por um lado, o clube levantou o troféu da liga turca, no cenário internacional, foi eliminado com apenas uma vitória em seis partidas na fase de grupos da Champions League. "O time montado foi muito desequilibrado", avaliou.

"Mandaram embora o técnico no meio da temporada (o sérvio Slobodan Kovac substituiu o italiano Camillo Placi em janeiro), trocaram de levantador (o argentino Demián González foi para o Personal Bolivar), venderam o segundo oposto (o marroquino Mohammed al Hachdadi). Ou seja, uma loucura completa!", comentou.

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Muito por conta do regulamento da liga turca, que só permite a uma equipe atuar com até três jogadores estrangeiros por vez, o brasileiro não conseguiu se firmar como titular do time. Ele entrou em quadra em todos os nove compromissos do Halkbank nos playoffs do campeonato nacional, mas apenas em dois deles (um contra o Galatasaray, nas quartas de final, outro contra o Zíraat Bankasi, nas semis) fez parte do sexteto inicial – na série decisiva, vitória por 3 jogos a 1 diante do Arkas Spor, dos brasileiros Maurício Borges e João Paulo Bravo, participou de todos os confrontos, mas sempre começando no banco.

"(A reserva) Não me chateou de maneira alguma, continuei treinando e trabalhando todos os dias. Joguei quando foi preciso e fiz o que o técnico precisava. Jogar ou não é relativo ao que a equipe precisa em um determinado momento, entendam isso", exclamou o ponteiro. "O que pesou na decisão de voltar ao Brasil foi o que pesa há anos: ficar perto da família", afirmou.

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No retorno ao voleibol brasileiro, Lipe jogará pelo Sesi, que não levanta o troféu da Superliga desde a temporada 2010/2011. Em que pese o elevado orçamento, o clube não chegou, sequer, à decisão nos dois últimos campeonatos nacionais.

"Gosto da estrutura do Sesi, gosto da comissão técnica, gosto do desafio de chegar em um clube grande que não ganha títulos há algum tempo. Tudo isso me faz mais motivado", disse o atacante.

Para encerrar o jejum de títulos, o Sesi promoveu grandes mudanças na comissão técnica (saiu o treinador Marcos Pacheco, veio Rubinho, assistente-técnico da seleção na época de Bernardinho) e também no plantel (Bruno, Riad, Sidão, Théo e Serginho deixaram o clube, William, Gustavão, Franco Paese, Renato Russomano, Piá e o próprio Lipe foram contratados). A montagem do elenco tem agradado ao ponteiro campeão olímpico.

"Acho que o Rubinho fez excelentes escolhas, uma equipe muito equilibrada, com várias possibilidades táticas diferentes durante o campeonato. E isso é muito interessante do ponto de vista de um campeonato longo", analisou. "Vários jogadores competentes e experientes para vencer juntos", cravou Lipe.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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