'Jogo de compadre' e Itália x Uruguai movimentam rodada decisiva; veja

Do UOL, em São Paulo

Metade da Copa do Mundo de 2014 já passou. Após 32 jogos disputados, 11 das 32 equipes já definiram seu futuro. Seis delas já se garantiram nas oitavas, enquanto a outras cinco só esperam cumprir tabela na última rodada, que será disputada até a próxima quinta-feira (26), para fechar as malas e embarcar de volta para seus respectivos países.

Veja no resumo abaixo do que aconteceu de mais legal na primeira fase até agora e quem poderá se juntar a Chile, Holanda, Colômbia, Costa Rica, Argentina e Bélgica na próxima fase da Copa e quem poderá fazer parte do clube dos frustrados, que já incluem Camarões, Austrália, Espanha, Inglaterra e Bósnia-Herzegovina. E descubra que até sorteio pode entrar no cardápio da Copa.

Grupo A

Moacyr Lopes Junior/Folhapress

A expectativa natural de que o Brasil terminaria a segunda rodada com a vaga nas oitavas já assegurada não se confirmou. E muito mais pelas deficiências apresentadas pela equipe nos jogos contra a Croácia e o México do que por qualquer outro aspecto, como o desempenho de seus adversários. Até porque a seleção brasileira vai para a terceira rodada como líder, com quatro pontos, dependendo apenas de um empate contra a já eliminada seleção de Camarões para carimbar a vaga. Um resultado que não seja a vitória nesta segunda, em Brasília, porém, não só tirará a garantia de avançar em primeiro lugar como diminuirá e, muito, a confiança já abalada depois de uma vitória conquistada com um pênalti duvidoso (Croácia) e um empate em que a torcida brasileira foi menos efusiva do que a massa adversária (México).

Grupo B

Júlio César Guimarães/UOL

A maior decepção da Copa do Mundo de 2014 saiu daqui. Dois jogos e duas derrotas, e nem estamos falando da Austrália, que até apresentou bons momentos em suas duas partidas. O alvo é a aclamada atual campeã mundial, que deixou todo mundo boquiaberto. Ninguém causou mais decepção até aqui do que a Espanha, eliminada do Mundial após apenas seis dias do início do torneio, depois de uma derrota acachapante para a empolgante Holanda e de um baile tático oferecido pelo Chile. A equipe sul-americana foi a grande surpresa positiva do Grupo B - o que teve o maior número de gols marcados até aqui: 17. Com uma movimentação intensa apresentada nos dois primeiros jogos, o time de Jorge Sampaoli conseguiu sair do papel de azarão para entrar na última rodada com força suficiente para brigar palmo a palmo com a Holanda pela primeira posição do grupo, o que na teoria oferece como maior prêmio fugir do encontro com o Brasil nas oitavas. O problema é que o Brasil não tem garantias de que será o primeiro do Grupo A...

Grupo C

Evaristo Sa/AFP

Talvez um dos grupos mais equilibrados e mais difíceis para se palpitar antes do início da disputa, o Grupo C chega ao final da segunda rodada com uma única certeza: a Colômbia flanou até aqui, com duas vitórias conquistadas de maneira bastante seguras, apesar de o jogo contra a Costa do Marfim – um dos mais interessantes da Copa até agora – ter sido bastante disputado. Já classificados, os colombianos vão para o último jogo com a missão de enterrar de vez as pretensões do Japão e de assegurar a primeira colocação da chave. Dessa forma, os marfinenses vão para a última rodada em situação, teoricamente, bastante confortável para garantir a segunda vaga. Dependem de uma vitória contra a Grécia, time com o futebol menos atraente entre as quatro seleções do grupo. Com um empate, entretanto, os africanos podem se classificar caso o Japão não supere a Colômbia.

Grupo D

EFE/EPA/YURI KOCHETKOV

O maior legado do 'grupo da morte' foi ter garantido uma das maiores surpresas das Copas. Considerada a 'café com leite' do Grupo D, a Costa Rica derrubou o bolão de meio mundo ao vencer o Uruguai na estreia e emendar um novo triunfo contra uma tetracampeã do mundo, a Itália. Resultados que foram suficientes para que a seleção da América Central voltasse a avançar às oitavas de final de um Mundial, o que só havia conquistado em 1990. Mais do que uma zebra, porém, o Grupo D garantiu ótimas partidas. Itália e Inglaterra fizeram um jogo cercado de expectativas em função do forte calor de Manaus, fator que não impediu uma partida movimentadíssima. Mesma característica do confronto da Inglaterra contra o Uruguai, que ressurgiu das cinzas após uma apresentação medíocre contra a Costa Rica na primeira rodada. Foi dessa partida que surgiu um dos grandes personagens da Copa até agora: Luis Suárez, que um mês antes da Copa saía de cadeira de rodas após uma cirurgia de joelho. Com dois gols, o atacante manteve a Celeste viva para o jogo contra a Itália na última rodada.

Grupo E

Paul Gilham/Getty Images

Sistema de som que falhou e deixou França x Honduras sem seus respectivos hinos, árbitro encerrando o jogo centésimos de segundo antes de Benzema fazer o que seria o sexto gol dos franceses contra a Suíça, o suíço Von Bergen com fratura da face...o Grupo E teve um pouco de tudo em quatro jogos. Nada, porém, foi mais relevante do que o excelente futebol exibido pela França, que atropelou os hondurenhos (3 a 0) e os suíços, massacrados por 5 a 2. A velocidade de Matuidi e Valbuena aliada aos passes precisos de Cabaye e ao momento inspirado de Benzema fizeram a França sair de incógnita para sensação do Mundial, dividindo com a Holanda o status de melhor ataque  – 8 gols cada. Com seis gols de saldo, vai para o último confronto, diante do Equador, com a primeira colocação da chave praticamente assegurada, deixando os sul-americanos na necessidade de uma vitória para ter alguma chance de ficar à frente da Suíça, a quem já supera no saldo de gols – zero contra menos dois. Já a Suíça se classifica com um empate – no caso do Equador ser derrotado para a favorita França – ou com uma vitória com um placar encorpado em cima de Honduras, que, quase milagrosamente, pode passar de fase caso vença seu jogo com uma goleada e os equatorianos sejam batidos pelos franceses. 

Grupo F

AFP PHOTO / PEDRO UGARTE

Com o menor número de gols até aqui – cinco -, o Grupo F apresentou até agora alguns dos jogos de menor nível técnico da Copa. Com uma Argentina decepcionante e que passou sufoco contra a Bósnia e que correu sérios riscos de perder o jogo para o Irã, o que salvou até agora nos quatro confrontos foi Lionel Messi. Mesmo passando a maior parte dos 180 minutos em que esteve em campo muito abaixo do seu alto padrão de atuação, o jogador foi fundamental para garantir os seis pontos à equipe sul-americana, que chega à última rodada classificada e necessitando apenas de um empate contra a Nigéria para assegurar o primeiro lugar. A seleção africana, por sinal, vai para o duelo jogando por um empate pela vaga, levando em conta que tem quatro pontos, três a mais que o Irã, adversário da já eliminada Bósnia-Herzegovina. Uma vitória iraniana associada à derrota dos nigerianos, porém, pode acabar levando a definição da segunda vaga do Grupo F para sorteio.

Grupo G

Xinhua/Liu Dawei

O Grupo D pode ter levado a alcunha de 'grupo da morte', mas é o Grupo G o mais disputado, embolado e indefinido da Copa do Mundo. O gol de Varela aos 49 minutos do segundo tempo não só deu uma sobrevida a Portugal como adiou a classificação antecipada dos Estados Unidos e, de quebra, garantiu que as quatro seleções sigam para a última rodada com chance de classificação às oitavas. A definição, inclusive, poderá ocorrer por causa do confronto direto. Para isso ocorrer, a Alemanha precisaria ganhar por 1 a 0 dos Estados Unidos – resultado que faria dos alemães os primeiros colocados  -, e Gana repetir o placar contra Portugal. Dessa forma, americanos e ganenses terminaram iguais em todos os critérios: pontos (4), saldo de gols (0) e número de gols marcados (4), mas os Estados Unidos ficariam com a vaga por terem vencido o duelo contra Gana na primeira rodada por 2 a 1. Os portugueses, por sua vez, ainda têm uma remota chance: a equipe de Cristiano Ronaldo precisa superar os africanos com um placar que abata de forma considerável o saldo negativo de quatro gols, e ainda torcer por uma vitória folgada da Alemanha contra os Estados Unidos - dirigida pelo alemão Jurgen Klinsmann. Neste jogo, porém, um empate classifica as duas equipes, o que configura o chamado ´jogo de compadre´, prática já adotada pela Alemanha em pelo menos dois Mundiais: em 1974, a então Alemanha Ocidental perdeu por 1 a 0 para a frágil Alemanha Oriental, resultado que a tirou do caminho do Brasil, o atual campeão mundial daquele momento; em 1982, Alemanha e Áustria fizeram o duelo que ficou conhecido nos dois países como "o jogo da vergonha", em que os alemães fizeram 1 a 0 e visivelmente perderam interesse na partida, já que o placar classificava as duas equipes e eliminava a Argélia.

Grupo H

AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA

Tratada antes da Copa do Mundo como um dos times a serem observados com atenção, a Bélgica pode até não ter cumprido as expectativas jogando um futebol vistoso ou muito superior aos seus adversários, mas seu papel ao final de duas rodadas já está feito: com duas vitórias apertadas, a seleção que não disputava um Mundial desde 2002 já garantiu sua vaga nas oitavas de final, precisando de apenas um empate contra a Coreia do Sul, na última rodada, para assegurar a primeira posição do grupo. Os sul-coreanos, aliás, precisarão de uma vitória e de um empate da Argélia contra a Rússia para manter alguma chance de classificação às oitavas. Analisando o desempenho dos argelinos nas duas primeiras rodadas, porém, imagina-se que a seleção africana tenha plenas condições de, no mínimo, arrancar um ponto para conquistar a vaga. Ainda mais enfrentando uma Rússia que só decepcionou até agora, com um esquema tático pouco organizado e um goleiro que já engoliu o maior frango da Copa até o momento.
 

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