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Rafael Reis

Por onde andam os jogadores campeões mundiais por rival do Brasil na Copa?

Rafael Reis

17/01/2018 04h30

Adversária de estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo-2018, a Suíça pode até não ter a mesma tradição "das Alemanha, Itália e Argentina da vida", mas pelo menos pode se orgulhar de ter no currículo um título mundial.

Em 2009, os helvéticos alcançaram a maior honra de sua história no futebol e venceram o Mundial sub-17, na Nigéria.

A campanha foi histórica. Ainda na primeira fase, a Suíça despachou o Brasil, dos hoje estrelados Neymar, Philippe Coutinho e Casemiro. Nos mata-matas, passaram por Alemanha, Itália e Colômbia. Já na decisão, a vítima foi a seleção da casa, uma das grandes potências da categoria.

Quase nove anos depois, os garotos que participaram da conquista já são homens formados. Mas será que eles vingaram e enfrentarão o Brasil na Rússia-2018? Ou ficaram pelo caminho e jamais conseguiram construir uma carreira sólida?

Apresentamos abaixo os paradeiros dos jogadores que fizeram da Suíça a melhor seleção sub-17 do planeta em 2009.

POR ONDE ANDA – SUÍÇA (2009)?

Benjamin Siegrist (25 anos) – Eleito o melhor goleiro daquele Mundial, o gigante de 1,96 m parecia que teria uma carreira brilhante no Aston Villa, clube que defendia nas categorias de base. Mas Siegrist nunca teve chance na equipe de Birmingham. Emprestado quatro vezes para times de divisões inferiores, jamais se destacou o suficiente para ser aproveitado no Villa Park. Em 2016, ficou sem contrato e acabou assinando com o Vaduz, equipe de Liechtenstein que disputa o Campeonato Suíço.

Bruno Martignoni (25 anos) – Um dos titulares mais discretos da equipe suíça que conquistou o planeta, teve a melhor chance de sua carreira em 2010, quando foi emprestado ao Cagliari. No entanto, Martignoni não se firmou na Itália e retornou para casa. Hoje, disputa a segunda divisão suíça pelo pequeno Chiasso.

Charyl Chappuis (26 anos) – Zagueiro em 2009, o jogador do Muangthong United é hoje meio-campista e atua pela seleção, nas não pela Suíça. Cinco anos atrás, Chappuis assumiu a cidadania tailandesa, já que sua família tem origem asiática. O campeão mundial sub-17 já disputou 20 partidas pela seleção da pátria que escolheu defender e marcou cinco vezes.

Freddie Veseli (25 anos) – Companheiro de zaga de Chappuis no Mundial sub-17, o então capitão suíço também construiu carreira defendendo outra seleção. Veseli, uma cria do Manchester City, que passou pelo Manchester United e desde a temporada passada defende o Napoli, hoje joga pela Albânia e até disputou a Eurocopa-2016 com a camiseta vermelha.

Ricardo Rodríguez (25 anos) – Uma das principais armas ofensivas da Suíça no Mundial sub-17 na Nigéria, o lateral esquerdo é hoje titular absoluto da seleção principal e um dos jogadores mais conhecidos do time que vai à Rússia. Após cinco temporadas de bom desempenho no Wolfsburg e interesse de vários clubes do primeiro escalão mundial, Rodríguez foi contratado em julho pelo Milan por 18 milhões de euros (R$ 70 milhões).

Patjim Kasami (25 anos) – Meia de técnica refinada, estreou pela seleção principal em 2013 e continuou sendo convocado por três anos. Kasami teve um início de carreira muito bom, com passagens de destaque por Palermo e Fulham, mas vem perdendo desempenho nos últimos anos. Sem muito sucesso no Olympiacos e no Nottingham Forest, retornou para Suíça nesta temporada e agora defende o Sion.

Oliver Buff (25 anos) – Um dos meias centrais do esquema do técnico Dany Riser em 2009, profissionalizou-se logo depois do Mundial e disputou mais de 200 partidas pelo Zurique até decidir mudar de ares, no meio do ano passado. Buff hoje joga na Espanha e tenta ajudar o tradicional Zaragoza a retornar para a primeira divisão nacional.

Granit Xhaka (25 anos) – Jogador suíço mais caro da história, o volante de 45 milhões de euros (cerca de R$ 176 milhões) é peça essencial no meio-campo do Arsenal e também da seleção principal da Suíça. Apesar de ser filho de um manifestante do Kosovo que foi preso por lutar pela independência do país, Xhaka optou por ser manter suíço mesmo quando a seleção kosovar saiu do papel.

Janick Kamber (25 anos) – Durante o Mundial sub-17, fez uma interessante dobradinha com Ricardo Rodríguez pelo lado esquerdo da seleção suíça. Mas, ao contrário do ex-companheiro de time, não conseguiu fazer sua carreira decolar. Revelado nas categorias de base do Basel, Kamber vem rodando por times pequenos do seu país-natal desde que se profissionalizou. Atualmente, joga no Neuchâtel Xamax, líder da segunda divisão.

Nassim Ben Khalifa (26 anos) – Grande nome da conquista suíça, foi eleito o segundo melhor jogador do Mundial sub-17 e ganhou sua primeira chance na seleção principal com apenas 18 anos. Negociado pelo Grasshoppers com o Wolfsburg, fracassou na Alemanha e chegou a ser rebaixado para o time B do clube da Volskwagen. Esquecido pela seleção desde 2012, Ben Khalifa tenta recomeçar a carreira no St. Gallen.

Haris Seferovic (25 anos) – Autor gol da vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria na final do Mundial, compõe com Ricardo Rodríguez e Granit Xhaka o trio dos campeões de 2009 com carreiras mais bem sucedidas. Seferovic já passou por três das cinco grandes ligas nacionais da Europa (Itália, Espanha e Alemanha) e é o vice-artilheiro do Benfica nesta temporada, com sete gols.

André Gonçalves (25 anos) – Lateral direito de origem portuguesa, participou de todos os jogos da vitoriosa campanha suíça e entrou no segundo tempo da final contra a Nigéria. Gonçalves foi formado na base do Zurique, mas só disputou uma partida pela equipe principal antes de ser cedido ao Schaffhausen, da segunda divisão, onde está até hoje,

Kofi Nimeley (25 anos) – Jogador polivalente, capaz de fazer todas as funções da defesa e também atuar como meio-campo, o garoto nascido em Gana começou a carreira no Basel e ainda tentou a sorte em dois clubes pequenos da Suíça antes de desistir prematuramente do futebol profissional, há um ano e meio.

Sead Hajrovic (24 anos) – Único integrante do elenco suíço nascido em 1993, o caçula da seleção campeã mundial era uma grande promessa da base do Arsenal quando disputou o Mundial sub-17. Hoje, no entanto, disputa a segunda divisão suíça pelo Wohlen. Há cinco anos, Hajrovic mudou de cidadania futebolística para atuar pela equipe sub-21 da Bósnia, país dos seus antepassados.

Dany Ryser (60 anos) – Eleito o melhor técnico da Suíça em 2009, resistiu à tentação de tentar uma carreira no futebol profissional e continuou trabalhando com categorias de base. Ryser ficou à frente dos times suíços sub-15, sub-16 e sub-17 até 2015, quando foi demitido. Atualmente, trabalha produzindo relatórios técnicos para as competições de idade reduzida da Uefa.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.