Paraolimpíadas

Corpo de ciclista iraniano deve deixar o Brasil nesta segunda-feira

Comitê Paraolímpico do Irã
Bahman Golbarnezhad, ciclista do Irã, antes da prova de estrada da Paraolimpíada do Rio imagem: Comitê Paraolímpico do Irã

Daniel Brito

Do UOL, no Rio de Janeiro

Os iranianos conseguiram encurtar os trâmites burocráticos para o traslado do corpo de Bahman Golbarnezhad até o Irã. O processo que poderia durar até 15 dias, deve se encerrar nesta segunda-feira, 19. A expectativa é de que o ciclista, morto em acidente durante prova de ciclismo de estrada no final da manhã do sábado, seja embarcado nesta noite rumo a seu país. O chefe da delegação do Irã esperava ter enviado o corpo do atleta ainda no domingo, cerca de 24 horas após o acidente ocorrido no quilômetro 34 da Avenida Estado da Guanabara, em Grumari. De acordo com um dos membros do time iraniano na Rio-2016, a causa da morte foi hemorragia. 

O acidente que vitimou Golbarnezhad ocorreu por volta das 10h30 de sábado, 17. De acordo com Piers Jones, diretor esportivo da UCI (Uniâo Ciclística Internacional), uma das responsáveis pelo percurso, o trecho em que Golbarnezhad se acidentou não era o de maior dificuldade. O iraniano perdeu o controle da bicicleta numa curva em descida, bateu na calçada, voou sobre uma mureta de proteção, caiu de cabeça numa vala próximo à uma segunda mureta. Foi dado início a uma investigação para apontar as causas do acidente.

A delegação do Irã pediu ao Comitê Organizador um relatório completo da investigação do caso, desde a causa do acidente até os procedimentos de atendimento. Uma investigação está em curso por parte dos comitês Organizador e Paraolímpico Internacional, com as autoridades do Rio de Janeiro para identificar a causa do acidente.

O diretor esportivo da UCI (União Ciclistica Internacional), Piers Jones, afirmou que a fatalidade com o iraniano em nada tem a ver com o acidente da atleta olímpica holandesa Annemiek van Vleuten. Em prova realizada no dia 7 de agosto, ela liderava a prova quando, a 10 quilômetros do final, perdeu a tangência em uma curva e acabou escapando da pista. Ela caiu de cabeça em uma sarjeta e permaneceu imóvel no local da queda, o que de imediato preocupou os organizadores da prova. A ocorrência com a holandesa foi na Vista Chinesa, distante quase 40 quilômetros de Grumari. Annemiek van Vleuten sofreu concussão e diversas lesões no corpo, porém sobreviveu.

O ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, 48, deixa dois filhos e uma história de vida marcada por tragédias. Ele era amputado da perna esquerda, vítima de uma mina terrestre durante a Guerra do Irã-Iraque, que durou oito anos durante a década de 1980.

Os últimos dois dias de Paraolimpíada foram marcados por homenagens ao ciclista. Após a conquista do ouro no vôlei sentado, o gigante iraniano Morteza Mehrzadselakjani, de 2,46 m de altura, dedicou a medalha de ouro que conquistou no domingo, à alma de Bahman Golbarnezhad. “O espírito de Bahman estava conosco no pódio”, afirmou à Mehr News o tímido Mehrzadselakjani, o atleta mais alto da Rio-2016, conterrâneo do ciclista morto.

 

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