Topo

Bala na Cesta

De MVP a ignorado no mercado da NBA em seis anos - a queda de Derrick Rose

Fábio Balassiano

17/07/2017 06h00

O ano era 2011, e no dia 3 de maio Derrick Rose foi escolhido o MVP da temporada 2010/2011 do melhor basquete ao mundo. Aos 22 anos, ele se tornou o jogador mais jovem da história da NBA a conseguir o prêmio. Misturando um jogo explosivo recheado de infiltrações e dribles desconcertantes, o camisa 1 do Chicago Bulls registrou 25 pontos, 7,7 assistências e 4,1 rebotes, e guiou a franquia a 62 vitórias em 82 partidas.

Para uma franquia que teve Michael Jordan e que buscava reencontrar o caminho das vitórias, Rose era a esperança, a realidade, a salvação. Em três temporadas ele saiu do basquete universitário para ser titular da armação do Chicago e o melhor jogador da liga. Seu futuro parecia brilhante e a dúvida seria se ele conseguiria ganhar de LeBron James e do Miami Heat, seus maiores rivais da época.

O tempo voou, e a história de Derrick Rose não ficou mais premiada, porém. Pelo contrário. Seis anos se passaram, muitas lesões vieram, a performance caiu e o agora ex-jogador do New York Knicks se encontra sem time. Em um mercado que está fazendo quase todos os atletas multimilionários, Rose foi solenemente ignorado desde o primeiro dia de julho, quando as franquias puderam começar a assinar com os novos contratados.

O problema dele não é dinheiro. Ao longo de oito anos na liga Rose acumulou mais de US$ 116 milhões em salários. A questão é mesmo de interesse dos times em seu trabalho. Seus empresários têm tentado daqui e dali, mas na real, na real mesmo, o armador conta com apenas uma proposta em mãos (do Milwaukee Bucks). Nem mesmo Tom Thibodeau, que o treinou em Chicago e que agora dá as cartas no Minnesota Timberwolves, lhe acenou com um contrato. Thibs, como é conhecido, optou pelo não mais que regular Jeff Teague para a armação de um remodelado elenco.

O mais triste disso tudo é que Derrick Rose não jogou tão mal a temporada passada, quando foi trocado pelo Chicago para o New York Knicks. Aos 28 anos, ele teve 18 pontos e 4,4 assistências em um time que é uma bagunça (o Knicks). O problema é o que se espera dele. Se ainda aguardam as performances do MVP de 2011, é um erro. Seu corpo já não é mais o mesmo depois de seguidas operações no joelho e muito provavelmente sua força mental não esteja nas melhores condições.

O que não quer dizer que ele não tenha espaço na NBA. Contratá-lo como jogador de composição de elenco, remunerá-lo nesta faixa salarial (que hoje é gigantesca!) e tratá-lo desta maneira, dando tranquilidade para ele jogar sem tanta pressão, pode ser uma alternativa. Nego-me a crer que junto a Jason Kidd, o técnico do Bucks, ele não seja útil, por exemplo. Uma dupla Derrick Rose e Giannis Antetokounmpo poderia ajudar a elevar ainda mais o jogo do grego, que teria um companheiro experiente e com condições de criar seu próprio arremesso. Resta saber se Rose topa não ser O cara em um time sem tanta expressão assim.

Por fim, dá pra dizer que em uma liga que agora conta com ótimos armadores em quase todos os times é triste ver que um dos caras que despontavam como um dos melhores da posição no começo da década esteja sendo solenemente ignorado pelo mercado. Quem viu Derrick Rose jogar até 2011/2012 (até ele se machucar com gravidade pela primeira vez) sabe do que esse cara era capaz.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.