Eurobasket, eu fui, por Rodrigo Salomão
* Rodrigo Salomão
Moro há quase oito meses em Israel e, em tão pouco tempo, tive o privilégio de assistir a um grande evento regado a um basquete de alto nível. Em tempos de espera pela volta da temporada da NBA, o EuroBasket acabou amenizando bem a saudade. Para quem não sabe, o torneio europeu de seleções deste ano foi realizado em quatro sedes: Turquia, Romênia, Finlândia e, como citado, Israel.
Eu não poderia deixar de conferir de perto. Dois dias antes do jogo, comprei o ingresso pelo site da FIBA. Bem simples e intuitivo. O site ofereceu também as opções de imprimir a entrada ou buscá-la num guichê pouco antes do jogo. Para mim, era mais cômoda a segunda alternativa e não me arrependi. Pude resgatar sem filas, só mostrando a tela do meu celular e o cartão da compra. Tranquilo.
Assisti pessoalmente à partida entre Geórgia e Israel, que aliás foi um jogão. Teve de tudo: jogadores de NBA (Zaza Pachulia e Omri Casspi, que agora são companheiros no Golden State Warriors), viradas no placar, prorrogação e, por fim, uma reta decisiva impecável dos georgianos, que venceram por 104-91. Só que o texto não se trata apenas exatamente da bola laranja dentro de quadra. Vai além. É um testemunho sobre a experiência de estar lá na Menora Mivtachim Arena, em Tel Aviv.
É sobre a emoção de presenciar um ginásio lotado, entorno sem qualquer sinal de violência (cheguei a flagrar um jogador israelense – Lior Eliahu – pegando um lanche numa cafeteria na entrada antes de jogar, algo surreal!), torcidas misturadas e se respeitando, apesar do intenso barulho que emanava por todos os lados (tinha até bumbo nas arquibancadas) e do grau de nervosismo do duelo. A mais pura essência do que entendo por esporte.
Teve um detalhe, porém, que me chamou mais a atenção e de fato me emocionou: a quantidade imensa de crianças e adolescentes, apaixonados, gritando pelos seus ídolos e "jogando junto", ponto a ponto. Deu gosto de ver que a modalidade está em boas mãos por aqui para as próximas gerações.
Algo que infelizmente não tenho tanta certeza em relação ao nosso Brasil, apesar dos esforços de muita gente boa e capacitada para mudar o panorama. Cabe a reflexão: também recebemos recentemente um grande evento da categoria (bem maior, inclusive) no Rio de Janeiro. O que ficou para os nossos jovens?
O saldo da noite, porém, foi de êxtase total pela grande celebração ao basquete e a certeza de que ele bebe da fonte da eternidade. Basta só um pouquinho de boa vontade e muito foco para fazer a magia acontecer. E ela acontece mesmo, assim que a bola sobe. Nós sabemos.
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