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Bala na Cesta

Os motivos que levaram a NBA a mudar o tradicional formato do All-Star Game

Fábio Balassiano

04/10/2017 06h03

Então a NBA decidiu se mexer. E mexeu em uma de suas bandeiras mais tradicionais desde a sua fundação em 1957: o formato do All-Star Game. Em comum acordo com a Associação de Jogadores (NBPA, presidida por Chris Paul, que já havia declarado que uma alteração seria muito importante), a liga anunciou ontem que a partir de 2018 não mais haverá Leste x Oeste no jogo de domingo.

Embora a eleição dos 24 All-Stars continue a mesma (12 de cada conferência), a partir do próximo ano não teremos mais os duelos Leste x Oeste. Em 2018 dois capitães serão selecionados (os mais votados provavelmente) e a partir daí eles vão escolher os demais 11 jogadores de seus times. Vale dizer que a NBA informou que a alteração é válida pra esta temporada mas que se o formato não agradar nada impede que nova modificação seja realizada para 2019 em diante.

Poderemos ter, então, um Time LeBron James x Steph Curry, com Kyrie Irving, Kevin Durant, James Harden, Chris Paul e tantos outros misturados independente da conferência em que atuam.

Estou curioso desde já pra ver que critérios os capitães usarão pra escolher seus times – e como isso será encarado no dia a dia, já que alguns deles poderão "passar" seus companheiros de dia a dia, como no caso de Curry poder preterir um Klay Thompson para jogar com Harden, por exemplo. Outras dúvidas: Russell Westbrook selecionaria, por exemplo, Kevin Durant? E LeBron James, escolheria Kyrie Irving?

O objetivo da mudança é bem óbvio: fazer com que a cereja do bolo do All-Star Weekend, o Jogo das Estrelas de domingo, volte a se tornar atrativo para atletas, público do ginásio, imprensa e sobretudo para quem vê de casa. Toda e qualquer mudança feita por lá tem sempre o viés mercadológico por trás. E se Adam Silver, o comissário da liga, procurou Chris Paul pra conversar é porque os índices (de audiência, de interesse, de críticas) começaram a incomodar demais à diretoria da NBA. Quanto menos audiência, menos dinheiro. Tão simples quanto isso na mesa, né? É assim no mundo profissional, não tem muito jeito.

Pra quem acompanha o All-Star Game com mais afinco (ou quem conseguia ainda acompanhar), os últimos anos foram basicamente um festival de bolas de 3 pontos, zero disputa e enterradas. Chato, sem atração pro público do ginásio e entediante pra quem estava de casa. Nada muito diferente das partidas das décadas de 90, Ok, isso é um fato, mas uma alteração era realmente necessária mesmo. Com times selecionados e capitaneados por atletas a tendência é que haja um pouco mais de disputa, algum rigor na marcação e bastante rivalidade entre os atletas. Ninguém ali vai querer perder pro outro lado, sobretudo os capitães.

Se vai dar certo só saberemos mesmo no dia 18 de fevereiro de 2018, quando os dois times se enfrentarão no Staples Center, em Los Angeles. Em uma primeira análise eu gosto muito da alteração.

E vocês?

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