Topo

Saída de Rede

Com campeões olímpicos e novas duplas, vôlei de praia brasileiro tenta manter supremacia no Mundial

João Batista Junior

27/07/2017 06h00

Atuais campeões, Alison e Bruno Schmidt buscam o segundo título mundial (fotos: FIVB)

O Mundial de Vôlei de Praia 2017 começa nesta sexta-feira, em Viena, com uma dura tarefa para as duplas brasileiras: igualar o sucesso alcançado no campeonato de dois anos atrás. O pódio inteiramente verde-amarelo no torneio feminino e as medalhas de ouro e de bronze obtidas no naipe masculino em 2015, na Holanda, forjaram uma supremacia jamais vista nos campeonatos mundiais da modalidade.

Não bastasse o elevado patamar dos resultados passado, a impressão de que o êxito do mundial passado dificilmente se repetirá fica mais evidente pelo tempo de parceria das duplas atuais do país: sete dos nove times que representarão o Brasil no campeonato (cinco femininos, quatro masculinos) foram compostos há menos de 12 meses – Larissa/Talita e a dupla campeã mundial e olímpica Alison/Bruno Schmidt são as exceções.

Essas mudanças na configuração das duplas têm sido bastante comuns nas últimas temporadas. O primeiro ano do ciclo olímpico passado também foi repleto de novas parceiras e testes: Alison e Bruno, por exemplo, disputaram o mundial de 2013, respectivamente, com Emanuel e Pedro Solberg, e só se tornaram um time a partir de 2014.

Siga o @saidaderede no Twitter
Curta a página do Saida de Rede no Facebook

Larissa/Talita: única dupla feminina do Brasil remanescente de 2015

Feminino
Das quatro duplas do Brasil estreantes em mundiais femininos, duas foram formadas a partir da separação das atuais campeãs do mundo e medalhistas de prata na Rio 2016. Bárbara Seixas joga agora com Fernanda Berti (prata no mundial 2015), enquanto Ágatha tem como parceira a jovem Duda – que levantou o título mundial sub-21 há alguns dias, com Ana Patrícia.

Ao lado de Larissa e Talita – líderes do ranking mundial nesta temporada –, essas duas novas duplas carregam a maiores esperanças de título para o vôlei de praia feminino nas areias da Áustria.

Os dois outros times do Brasil na chave feminina são Elize Maia e Taiana (vice-campeã na Holanda como parceira de Fernanda Berti), além de Carol e Maria Elisa (bronze no mundial passado com Juliana).

Ludwig (de amarelo) em ação contra bloqueio de Sarah Pavan

As principais rivais das brasileiras são as campeãs olímpicas e do circuito mundial Laura Ludwig e Kira Walkenhorst. Há de se ressalvar, contudo, que Ludwig ficou seis meses afastada por conta de uma cirurgia no ombro e que, desde seu retorno, em maio, o time não conseguiu nenhum resultado expressivo em nível internacional.

Outras duas parceiras alemãs que o torcedor brasileiro deve olhar com atenção são as segundas do ranking mundial, Laboureur e Sude, e a dupla recentemente formada pela veterana Karla Borger e Margareta Kozuch, ex-oposta da seleção da Alemanha que migrou este ano para a praia.

Falando em jogadora egressa das quadras, a canadense Sarah Pavan, ao lado de Melissa Humana-Paredes, também deve brigar por boas posições no torneio. Montada este ano, a dupla é a segunda do ranking do circuito mundial e quarta na classificação geral, e conquistou no início deste mês, em Porec (Croácia), seu primeiro título.

Lesão no ombro tirou Walsh do mundial 2017

Entre os times dos EUA, fica a frustração pela ausência da multicampeã Kerri Walsh, que deslocou o ombro no último fim de semana, nas semifinais da etapa de Olsztyn (Polônia) do circuito mundial. Sua parceira, Nicole Branagh, vai disputar o mundial ao lado de Emily Day.

Masculino
Entre os homens, pode-se prever um torneio ainda mais equilibrado do que deve ser o das mulheres: enquanto apenas três das oito melhores duplas femininas da Rio 2016 estarão em Viena, esse número sobe para cinco no torneio masculino, com direito à presença dos três times medalhistas em Copacabana – Alison/Bruno Schmidt, Nicolai/Lupo (Itália) e Brouwer/Meeuwsen (Holanda).

Além deles, times de respeito e longo tempo de parceria, como Doppler/Horst (Áustria), Herrera/Gavira (Espanha), Lucena/Dalhausser (EUA), Losiak/Kantor (Polônia) e Smedins/Samoilovs (Letônia), também devem estar na briga.

Krasilnikov (centro) e Liamin lideram o circuito mundial

A essas equipes, juntam-se os russos Krasilnikov e Liamin, que participaram da Rio 2016 com outros parceiros. Eles formaram um time este ano e estão na liderança do circuito mundial.

Se as maiores esperanças de título para o Brasil repousam, de fato, em Alison e Bruno, é preciso ressaltar, por outro lado, que as três novas duplas brasileiras têm feito uma boa temporada e estão todas entre as dez melhores do circuito mundial e também do ranking de entradas.

Medalhistas de bronze no mundial da Holanda e vencidos nas oitavas de final da Rio 2016, Evandro e Pedro Solberg têm agora novos parceiros: Evandro divide o mesmo lado da quadra com André Stein, ao passo que Pedro Solberg compõe o time com Guto. A outra equipe do Brasil em Viena é a vice-líder do ranking mundial, Álvaro Filho/Saymon.

Saymon (1) e Álvaro Filho (2) são vice-líderes do ranking mundial

Cada um dos naipes do Campeonato Mundial possui 48 duplas divididas em 12 chaves de quatro equipes. As duas primeiras colocadas de cada grupo e os quatro melhores terceiros lugares avançam aos playoffs. As outras oito parcerias terceiras colocadas nas chaves disputam uma repescagem em mata-mata a fim de que as quatro vencedoras se juntem aos 28 times que disputarão a segunda fase.

De acordo com a tabela oficial da competição, a final feminina em Viena será disputada na sexta-feira (4) e a masculina, no sábado (5). O campeonato terá transmissão do SporTV.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

Blog Saída de Rede