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Saque e Voleio

Rio Open tenta de novo e põe mudança para quadras duras em votação na ATP

Alexandre Cossenza

06/07/2017 08h59

A organização do ATP 500 do Rio de Janeiro continua em sua jornada para mudar o piso do torneio. Negado em sua primeira tentativa, realizada no ano passado, o Rio Open colocou a proposta em votação novamente este ano. A intenção é realizar o evento em quadras duras no ano que vem – ou, no mais tardar, em 2019.

Os promotores fizeram uma nova apresentação diante do Conselho de Jogadores da ATP mostrando por que, segundo eles, faria sentido mudar o Rio Open para o piso sintético. Os representantes dos tenistas escutaram, fizeram perguntas e agora terão um período para avaliar. Uma decisão será tomada e anunciada no período entre o US Open (agosto/setembro) e o ATP Finals (novembro).

Realizado sempre em fevereiro, o Rio Open faz parte da perna sul-americana do circuito mundial, com torneios em Quito, Buenos Aires, Rio e São Paulo. Os quatro eventos são realizados em quadras de saibro e em semanas consecutivas. A "gira" termina antes dos Masters 1.000 de Indian Wells e Miami, em quadras duras.

Lui Carvalho, diretor do Rio Open, já declarou em várias entrevistas que fazer o torneio carioca em piso sintético facilitaria sua tarefa de atrair grandes nomes para a Cidade Maravilhosa. Atualmente, nas conversas mantidas com atletas e empresários, o executivo ouve várias negativas usando o piso como justificativa. Não são muitos os atletas que querem jogar no saibro pouco depois do Australian Open e logo antes de dois Masters 1.000 – todos em quadras duras.

Uma fonte no Conselho de Jogadores disse ao autor deste blog que as chances de o Rio Open mudar para quadras duras em 2018 não existe. A possibilidade, no entanto, é real para 2019. O assunto está sendo avaliado com muita profundidade porque não afeta apenas o Rio de Janeiro. Organizadores do ATP de Buenos Aires também já manifestaram sua vontade de mudar para quadras duras. Aprovar a solicitação do Rio seria mudar também o torneio argentino. É possível que São Paulo e Quito também queiram acompanhar. Além disso, alguns torneios europeus pós-Wimbledon fizeram pedidos semelhantes e é preciso avaliar o número total de torneios de saibro para que não haja um desequilíbrio ainda maior no calendário.

Para conseguir a mudança, o Rio Open precisaria de quatro votos em uma votação com três representantes dos torneios e três representantes dos jogadores. Em caso de empate, o CEO da ATP, Chris Kermode, dá o voto decisivo.

Vale lembrar que o formato atual do calendário da ATP e do sistema de pontos do ranking é válido apenas até 2018. Para 2019, a entidade pode promover uma série de mudanças, e é aí que reside a grande chance do Rio Open. Aliás, tudo é possível mesmo. A ATP pode mudar datas, pontuações, criar novos níveis de torneios, etc. Várias possibilidades estão sendo analisadas.

Por enquanto, o cenário mais provável é que o torneio continue no saibro e mantenha a sede no Jockey Club Brasileiro, embora ninguém na IMM (a promotora) vá confirmar isso. Ano passado, a empresa fez mistério até novembro. Até então, pairava no ar a possibilidade de que o torneio de 2017 fosse no Centro Olímpico de Tênis, mesmo com o desafio logístico de colocar saibro sobre as quadras duras do local. Continuando na terra batida, o que faz mais sentido é repetir a parceria (que dá certo) no Jockey em 2018. Já para o ano seguinte, as cartas ainda estão na mesa.

Sobre o autor

Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais.
Contato: ac@cossenza.org

Sobre o blog

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