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Uso de militares na Rio-2016 custa R$ 705 milhões ao governo

Vanderlei Almeida/AFP
O ministro da Defesa, Raul Jungmann imagem: Vanderlei Almeida/AFP

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

Um dia após o final dos Jogos Rio-2016, o Ministério da Defesa divulgou o custo do emprego de militares na proteção e segurança do evento. Segundo o ministro Raul Jungmann, R$ 705 milhões foram gastos pelo governo federal por conta da Olimpíada e da Paraolimpíada durante os últimos três anos.

Jungmann disse que a cifra serviu para custear o trabalho de 23 mil agentes das Forças Armadas que atuaram no Rio e outros 20 mil que trabalharam espalhados por outras cidades do país por conta dos eventos. O valor inclui também o gasto com transporte, alimentação e treinamentos para a Rio-2016.

O montante soma-se aos mais de R$ 39 bilhões já gastos por governos e Comitê Organizador visando aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. A conta final do evento, entretanto, ainda deve aumentar. Autoridades prometeram divulgar um balanço final de gastos após o encerramento dos Jogos.

Jungmann disse que, com os R$ 705 milhões, o Ministério da Defesa conseguiu estruturar uma operação bem-sucedida de proteção à Rio-2016. Para ele, o objetivo das Forças Armadas para a Olimpíada foi alcançado. "Fizemos uma promessa de garantir um ambiente seguro. Essa missão foi cumprida."

O ministro concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (19), no Rio. Lembrou que, antes da Rio-2016, o Brasil sofreu um "ataque especulativo" que questionou a capacidade do país de evitar possíveis ataques terroristas durante o evento. Ao final, nada ocorreu.

Segundo Jungmann, isso comprova o bom trabalho de proteção à Rio-2016 e deixa como legado a melhoria na imagem internacional do Brasil. "Os únicos que realmente poderiam causar um problema permanecem presos", ressaltou o ministro, lembrando os oito acusados de planejar um ato terrorista na Olimpíada presos preventivamente na Operação Hashtag, realizada dias antes dos Jogos.

Mortes durante a Olimpíada

O ministro foi questionado na entrevista sobre um relatório da Anistia Internacional que informa que 12 pessoas morreram em decorrência de operações policiais realizadas em bairros do subúrbio do Rio durante a Olimpíada. De acordo com a ONG, o emprego de militares no Rio durante os Jogos não foi suficiente para dar segurança à população.

Jungmann respondeu que as Forças Armadas tinham um objetivo específico na Rio-2016: proteger áreas ligadas ao evento. Segundo ele, casos de violência ocorridos na cidade fora dessas áreas devem ser tratados pelas forças de segurança do Estado.

Ele, aliás, ressaltou que as Forças Armadas não podem e nem devem ser vistas como solução para o problema de segurança do Rio. A atuação dos militares na cidade tem prazo para acabar. A partir de amanhã, homens do Exército, Marinha e Aeronáutica já não estarão mais patrulhamento locais do Rio, como fizeram na Olimpíada e a Paraolimpíada.

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