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Saída de Rede

Ausência de estrelas deve marcar início da próxima Superliga feminina

Carolina Canossa

22/09/2017 06h00

Jogadoras "sete pontos" formavam a base da seleção até 2016 (Foto: Yeves Herman/Reuters)

Às vésperas do início da Superliga 2017/2018, somente um terço das jogadoras classificadas com pontuação máxima no ranking da competição estão confirmadas em quadra. Lesões, preferência por jogar no exterior e até a decisão por priorizar a vida pessoal aparecem como as causas da ausência da elite do voleibol brasileiro no início da última edição do torneio antes do Campeonato Mundial de seleções.

Das nove atletas "sete pontos", somente Fabiana e Fernanda Garay, do Dentil/Praia Clube, além de Tandara, do Vôlei Nestlé, estão neste momento asseguradas na Superliga – e, entre elas, apenas Tandara atualmente conta com um bom ritmo de jogo, já que defendeu o Brasil na recém-encerrada temporada de seleções, enquanto as estrelas do time mineiro permaneceram treinando em Uberlândia.
Lesões
Thaisa e Gabi sofrem com graves problemas físicos. Ainda recuperando-se de uma cirurgia no joelho esquerdo, realizada em junho, Thaisa conseguiu um acordo com o clube turco Eczacibasi Vitra para atuar na Superliga por empréstimo no primeiro semestre de 2018, mas ainda estuda propostas. Ela tem previsão de retorno às quadras no início de janeiro. "Estou muito feliz por continuar a fazer meu tratamento com pessoas que confio e em permanecer ao lado da minha família, especialmente porque essa é uma fase muito difícil", comentou a central, que não atua desde abril.
Gabi aguarda resultados de exames pré-operatórios para marcar uma cirurgia no joelho direito devido a uma tendinite crônica do tendão patelar. Na tentativa de preservar a atleta, inicialmente optou-se por um tratamento conservador, mas ela voltou a sentir a lesão quando retornou aos treinamentos mais intensos. O retorno é estimado para daqui a dois ou três meses, o que significa que a ponteira perderá o primeiro turno da Superliga.
Escolhas pessoais
Algumas ausências no vôlei feminino brasileiro acontecem por opção das próprias atletas. A levantadora Dani Lins, por exemplo, está grávida do também jogador Sidão e, por isso, não jogará nos próximos meses.
Jaqueline, por sua vez, estava participando do reality show "Dancing Brasil", na RecordTV – eliminada na noite da última segunda (18), ela somente agora deve começar a decidir seu futuro, mas, como já ocorreu em temporadas anteriores, não vê problemas em estrear na Superliga com a competição já em andamento.
Quem também ainda não sabe qual camisa vestirá é a oposto Sheilla. Depois de uma temporada sabática logo após a Olimpíada do Rio de Janeiro, a atacante voltou ao mercado, mas sua pedida salarial não convenceu os times com os quais negociou até o momento a fazerem o investimento. A situação no caso dela é especialmente delicada, pois os principais clubes do país já definiram quem jogará na saída de rede.
Exterior
Curiosamente, somente uma das estrelas do vôlei brasileiro jogará no exterior nesta temporada – o ranking comumente é apontado como a principal causa da saída das atletas no país por fechar as opções de mercado. É o caso de Natália, que vai permanecer no Fenerbahce, onde se sagrou campeã turca recentemente. Agora, ela deseja faturar o título da Liga dos Campeões da Europa, uma das principais taças do voleibol mundial.

Vale lembrar que, exceção feita a Tandara, as jogadoras classificadas como sete pontos chegaram a entrar com um mandado de segurança a fim de derrubar o ranking da Superliga na Justiça, mas, a despeito da expectativa inicial do advogado que as representa, até o momento não obtiveram nenhuma resposta.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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