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"Amarelão", Cavani tem mais gols do que trio de ataque titular do Brasil

AFP PHOTO / MARTiN BERNETTi
Imagem: AFP PHOTO / MARTiN BERNETTi

Danilo Lavieri

Do UOL, em Montevidéu (Uruguai)*

22/03/2017 04h00

Edinson Cavani, aos 30 anos, vive o melhor momento de sua carreira. Com 38 gols marcados pelo PSG, ele carrega o rótulo de artilheiro da Europa neste momento. A marca chega a impressionar: sozinho, ele tem mais gols que todos os atacantes titulares do Brasil somados. Juntos, Neymar, Philippe Coutinho e Roberto Firmino marcaram 31 gols pelos seus clubes nesta temporada.

Mais do que isso, pensando na competição com outros atacantes pelo mundo, o uruguaio está à frente de nomes importantes como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e seu compatriota Luis Suárez.

O currículo recente fica ainda mais invejável se somado os oito gols em nove jogos que disputou nessas Eliminatórias. Com esse desempenho, ele é também o artilheiro da chave sul-americana na briga por uma vaga na Rússia.

É por causa de todas essas credenciais que Cavani não se importa em assumir o rótulo de líder do grupo, especialmente com a suspensão que tira Suárez do confronto de quinta-feira (23) contra o Brasil, pela 13ª rodada das Eliminatórias da Copa.

“Já faz alguns anos que estou na seleção e eu assumo o papel de ser uma das referências do grupo. Por isso eu digo que com a seriedade de sempre, com a responsabilidade de ser uma das referências, eu vou entrar no jogo e deixar tudo no campo e sei o que todos esperam de mim”, explicou o atleta em entrevista concedida em Montevidéu, local do jogo. 

Cavani deixa o gramado após ser expulso no jogo entre Chile e Uruguai - EFE/Kiko Huesca - EFE/Kiko Huesca
Imagem: EFE/Kiko Huesca

Atacante tem prova contra o rótulo de amarelão

Embora tenha tido um ano brilhante até aqui, ele ainda vive com a desconfiança de seu próprio povo e da imprensa local. É comum ver comentários que dizem que Cavani “amarela” quando precisa ser o centro das atenções: "pecho frio" é uma das expressões mais usadas para descrever o camisa 21.

Um dos exemplos para tal é que ele não conseguiu desempenhar um bom papel na Copa América do ano passado e saiu sem balançar as redes. Em Copa do Mundo, apesar de ter dez jogos, só fez dois gols. Dos seus 37 gols marcados com a Celeste, 18 foram em amistosos.

É por isso que o confronto contra o Brasil ganha ainda mais importância para o atacante. Para ele, é a grande chance de mostrar que Suárez faz falta, mas não é indispensável para que o Uruguai consiga vencer a partida e mantenha a invencibilidade que dura desde 2010 atuando em casa.

“Já jogamos muitas partidas sem outros jogadores importantes, entre eles o Suárez, como foi na suspensão que ele teve por causa da Copa. A convocação do Oscar Tabárez só conta com os que estão nos melhores momentos em seus clubes e a equipe vai estar preparada”, explicou o atleta que vai para sua partida de número 90 com a Celeste.

“Claro que minha posição dentro de campo pode mudar, porque depende dos jogadores que forem escolhidos e de como eles serão escalados”, completou. Vale destacar que Tabárez ainda não revelou quem substituirá Suárez.

Com 23 pontos, o Uruguai está na vice-liderança e na caça ao Brasil, que é o líder com 27 pontos. Assim como os donos da casa não contarão com Suárez, os brasileiros também não poderão escalar Gabriel Jesus, que está lesionado e não foi convocado.

*Com a colaboração de Tales Torraga, do Blog Patadas Y Gambetas