Com o fim do time de Americana, fica a pergunta: alguém vai salvar o basquete feminino brasileiro?
"Não sei se é necessário dizer que a modalidade das meninas está caindo pelas tabelas há 15, 20 anos por aqui, que os campeonatos nacionais definham há uma década, que o nível do basquete interno, da base ao adulto, é tenebroso e que há cada vez menos times no país, mas se é preciso… está dito.
Aí, aproveitando o fechamento de Americana nesta quinta-feira, notícia que divulguei em primeira mão mais cedo nas redes sociais, uma perguntinha singela se faz pertinente: alguém vai salvar o basquete feminino deste país? O ideal é que a LBF, agora sabe-se lá com quantos clubes em sua próxima edição, tentasse profissionalizar de vez a sua gestão, veiculando um produto cada vez melhor ao mercado e fazendo com que casos assim diminuíssem cada vez mais. Mas sabemos, e isso é uma realidade triste, que a Liga ainda está engatinhando, ainda está tirando o seu pé do chão para alçar vôos maiores, vôos mais altos.
A Confederação Brasileira é que deveria se preocupar. A entidade máxima do basquete brasileiro é que deveria agir. É ela que, no final das contas, perde quando um clube fecha as suas portas. É ela que, quando uma seleção brasileira precisa ser formada, tem cada vez menos material para análise, material para… selecionar as melhores. É ela que vê meninas (e também meninos) desistindo de seguir na modalidade cada vez mais cedo, descrentes que o esporte que escolheram lhes dará uma condição minimamente decente de sobreviver como atleta profissional.
A CBB deveria não tomar conta da LBF (isso é bobeira), mas sim apresentar um planejamento concreto e de longo prazo para que o basquete feminino não ACABE neste país que conquistou um título mundial faz pouco mais de 20 anos.
E, perdão, mas a palavra é bem essa mesmo – 'acabar'. Se não tratar o doente terminal com remédio pesado e tratamento de choque o basquete feminino brasileiro vai ACABAR em pouquíssimo tempo".
O texto de hoje soa atual com o fechamento do time adulto de Americana, certo? Agora, vocês sabem o que é mais triste nisso tudo? Com pouquíssimas edições, o conteúdo que vocês acabaram de ler nos parágrafos acima foram escritos exatamente em 17 de outubro de 2014. Quase três anos atrás. A motivação da época? Outra equipe saindo de cena no basquete feminino – o Rio Claro.
Não que alguém ouça. Não que alguém ligue. Não que alguém vá fazer alguma coisa pelas meninas. Mas eu insisto, eu deixo a pergunta neste final: quem vai salvar o basquete feminino brasileiro?
Quem se habilita? A modalidade já passou da UTI. Alguém levanta a mão neste momento?
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