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Na Grade do MMA

Além de Holloway, Aldo enfrentará a si próprio se quiser o cinturão de novo

UOL Esporte

02/12/2017 04h00

John Locher/AP

A volta de José Aldo aos octógonos está marcada para este sábado, pelo UFC 218, em Detroit (EUA). Vindo de uma derrota contra Max Holloway, o brasileiro terá outro adversário além do havaiano para recuperar o cinturão dos penas na revanche: ele próprio.

Mais do que duas derrotas em seus últimos três combates, os revezes sofridos pelo brasileiro foram muito traumatizantes. Depois de perder para Conor McGregor em apenas 13 segundos, em dezembro de 2015, o lutador chegou a cogitar a aposentadoria com a recusa do UFC em remarcar uma revanche com o irlandês.

Com o cinturão de volta após bater em Frankie Edgar, Aldo parecia ter recuperado o ânimo. Mas o nocaute no terceiro round sofrido contra Max Holloway no Rio de Janeiro, há seis mses, voltou a abalá-lo. Mais uma vez a aposentadoria do octógono foi considerada. Agora, o futuro seria com uma dedicação ao boxe depois do revés.

Mais calmo e com outras quatro lutas previstas em contrato com o UFC, o manauara tinha combate marcado para 16 de dezembro, no co-evento principal do UFC Winnipeg (Canadá) contra Ricardo Lamas. Aldo já estava fazendo camp, quando Frankie Edgar se machucou e o brasileiro foi chamado pela organização para fazer uma revanche contra 'Blessed'.

Mesmo com menos tempo e fazendo sua preparação para apenas 3 rounds, Aldo topou a luta e terá 25 minutos ao todo para tentar destronar o atual campeão, que irá defender o seu título pela primeira vez.

Vencedor do primeiro round da primeira luta, do UFC 212, Aldo não conseguiu manter a mesma intensidade no segundo. Com apenas 25 anos, Holloway ainda estava inteiro no terceiro round e conseguiu derrubar o já cansado Aldo e impor seu jogo por cima do brasileiro após um knockdown. Sem fôlego e força para fugir da pressão feita por Holloway, ele acabou sendo nocauteado.

O choro, igual ao do nocaute sofrido para McGregor, demonstrou o quão traumatizantes foram as duas derrotas. Ronda Rousey, que não voltou ao MMA mais após perder para Holly Holm e Amanda Nunes, talvez tenha sido a única lutadora da organização que mostrou tanto abalo quanto o próprio atleta da Nova União.

Zebra?

O desafiante vive a inédita situação de ser o azarão em luta do UFC. Livre da responsabilidade de dar show para a torcida e sem um adversário que o tire do sério pelo thrash talk, Aldo irá entrar no octógono neste sábado com um peso menor em suas costas.

Para a revanche, o brasileiro já prometeu que irá para cima do atual campeão. "Sempre tive na cabeça que a melhor defesa é o ataque. Estava me resguardando, tentando lutar no 'Ah, que ele tem um ponto forte', e isso me atrapalhou bastante. Agora não. Quero chegar lá dentro e ser eu. Foi assim que me tornei o Aldo", disse em entrevista ao jornal Extra.

O ineditismo de sua situação no UFC e a promessa pela ofensividade podem devolver aos fãs a esperança de que Aldo recupere o cinturão pela força de seus chutes e a velocidade de seus socos combinados. Mas para isso, o brasileiro terá de superar a resistência e o tamanho de Holloway, 10 centímetros maior, e também a sua obsessiva autocrítica.

Vanderson Pimentel
Do UOL, em São Paulo

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