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Abaixo da crítica, seleção brasileira sucumbe diante das japonesas

João Batista Junior

08/09/2017 10h26

O bloqueio japonês não deu sossego ao ataque do Brasil (foto: FIVB)

Uma das marcas negativas da seleção brasileira feminina de vôlei nesta temporada é, sem dúvida, a dificuldade de confrontar seleções asiáticas. Além de haver sofrido um revés aterrador contra a esforçada Tailândia no Grand Prix, o Brasil perdeu duas vezes este ano para a China e, na manhã desta sexta-feira, pela terceira rodada da Copa dos Campeões feminina, em Nagoya, caiu diante do Japão mais uma vez neste ano.

O Japão venceu por 3 sets a 2 (25-18, 25-27, 25-15, 16-25, 15-6), num jogo em que por pouco não aplicou um 3 a 0 – uma passagem de Naiane no saque, com 20-24 no segundo set, evitou o placar mais dilatado. Foi a segunda vitória das orientais sobre as brasileiras em jogos oficiais este ano: no GP, o placar também havia sido 3-2 para as japonesas.

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Com um saque que pouco perturbava a linha de passe adversária e um ataque que parecia surpreso diante da previsível eficiência do sistema defensivo do Japão, a seleção transpareceu impaciência. Um reflexo disso é que a equipe só pontuou em 34% das cortadas e marcou 54 pontos nesse fundamento contra 64 das adversárias.

Enquanto os erros do Brasil se avolumavam (o time concedeu 21 diretos em falhas e sofreu oito aces), as bloqueadoras japonesas cresciam a ponto de – vejam só! – não permitir que as brasileiras levassem vantagem nem mesmo nesse quesito (13 pontos para cada lado).

Zé Roberto e as jogadoras no pedido de tempo: nada deu certo contra o Japão

Em face do mau voleibol apresentado, o técnico Zé Roberto (que até chegou a parar um rali no primeiro set para pedir que o vídeo checasse se uma atleta adversária havia tocado a rede, e acabou não obtendo êxito no desafio) efetuou diversas mudanças no time, mas a sucessão de substituições no lado brasileiro apenas retratou a infrutífera busca pela formação ideal.

Na ponta, Rosamaria entrou no lugar de Gabi no decorrer do primeiro set, deu lugar a Amanda no terceiro, mas acabou voltando à quadra ainda na terceira etapa – e ficou até o fim. Suelen substituiu Gabi Souza no segundo set e não saiu mais. Na saída de rede, Monique, que entrava com Naiane nas inversões, virou titular no terceiro set, mas logo saiu de quadra, dando lugar a Tandara. E a central Mara entrou no lugar de Carol no quarto set, mas não voltou à quadra no tie break.

Com exceção da reta final do segundo set e da quarta parcial, na qual o bloqueio brasileiro dominou o ataque japonês, nada deu certo para o lado verde-amarelo na partida.

Agora, as chances de título para a seleção foram praticamente pulverizadas. A duas rodadas do fim, o Brasil caiu do segundo para o quarto lugar da competição, com uma vitória e cinco pontos na tabela, à frente da Rússia pelo set average, atrás da líder China, que venceu três vezes, do Japão e dos EUA, ambos com duas vitórias.

A próxima partida do Brasil será na madrugada do sábado, às 3h40, diante da Coreia do Sul, que ainda não venceu nenhum set no torneio. O jogo será transmitido pelo canal da FIVB no YouTube.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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