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Rodrigo Mattos

Na Rússia, CBF perde um terço dos patrocinadores em relação à Copa-2014

rodrigomattos

20/05/2018 04h00

A CBF chegará à Copa da Rússia-2018 com cinco patrocinadores a menos para a seleção do que na Copa-2014, uma redução em torno de um terço de parceiros. Durante esse período, a entidade enfrentou uma série de escândalos com um ex-presidente preso e o outro banido do futebol. Há impacto financeiro embora não esteja claro o tamanho por conta do câmbio.

A confederação não conseguiu fechar sua última cota de patrocínio relacionada ao setor automotivo, como revelou a coluna "De primeira".  Com isso, a entidade terá nove parceiros no Mundial da Rússia, quatro principais e cinco da segunda categoria.

Na Copa-2014, foram 14 parceiros, cinco principais e outros nove de segunda categoria. Ressalte-se que aquele Mundial foi no Brasil o que aumentava atratividade. Mas, mesmo na Copa-2010, a CBF tinha 10 patrocinadores quando chegou a competição.

Após o Mundial do Brasil, em 2015, o então vice-presidente e ex-presidente José Maria Marin foi preso na Suíça acusado de ter recebido propina por contratos da CBF e da Conmebol. Seu sucesso Marco Polo Del Nero também foi acusado e acabou banido do futebol pela Fifa agora em 2018. A entidade pouco fez para limpar sua imagem: o futuro presidente da confederação Rogério Caboclo foi eleito por influência de Del Nero e o elogiou ao vencer.

Houve uma debandada de patrocinadores como Proctor & Gamble, Sadia, Chevrolet, Unimed. Algumas das empresas alegaram que houve impacto dos caros de corrupção. Houve também dificuldades financeiras com queda econômica do Brasil.

Os patrocínios constituem a principal fonte de renda da CBF, representando percentual em torno de 70% do total ganho pela entidade. E há queda de receita com marketing pode ser vista no balanço apesar do impacto do câmbio impedir saber o exato valor.

Em 2017, a CBF arrecadou R$ 353 milhões com patrocínios. O valor de 2014 reajustado pela inflação foi de R$ 452 milhões (o valor original é de R$ 353 milhões). Ou seja, teoricamente, a entidade ganhou R$ 100 milhões a menos em valores corrigidos.

Mas há variações por câmbio porque os contratos são dolarizados. No balanço de 2017, a CBF informou que  redução pela cotação baixa das moedas estrangeiras. Quando o sobe o dólar, sobe a receita. Tanto que, em 2016, a confederação ficou com R$ 410 milhões em patrocínios, valor ainda assim inferior ao de 2014 corrigido pela inflação.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.