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Bala na Cesta

Histórias sortidas e necessárias para o Final Four da Euroliga

Fábio Balassiano

18/05/2017 13h00

* Por Gabriel Andrade

Caso você tenha ficado desatualizado da atual temporada da Euroliga, ou do torneio como um todo desde que saiu da TV Brasileira, algumas atualizações necessárias: Rudy Fernandez não enterra mais, Dimitris Diamantidis se aposentou em uma das históricas mais ricas da basquete mundial, Juan Carlos Navarro quando não está lesionado é fim de banco, o Maccabi Tel-Aviv anda fedendo, David Blatt treina o novo rico Darussafaka Dogus da Turquia e até Milos Teodosic perdeu a fama de amarelão. As coisas mudaram e houve de fato uma renovada. A missão aqui é te atualizar, pois dia 19/05 (sexta-feira) começa o Final Four da Euroliga, tendo sua final marcada para 21/05 (domingo), tudo em jogo em único no Sinan Erdem Dome em Istambul, Turquia. Se enfrentam nas semifinais CSKA x Olympiacos e Real Madrid x Fenerbahce.

A primeira coisa que mudou foi o formato. Após a FIBA tentar uma ofensiva, criando a Basketball Champions League para retomar o posto de principal liga da Europa (sabia mais aqui, aqui e aqui), a Euroleague, que é independente, mudou seu formato, com mais dinheiro circulando, um calendário mais apertado, que inclui mais de um jogo por semana em certas datas, agora com uma temporada regular em que todos os times se enfrentam em dois turnos, mantendo o formato dos Playoffs pra frente. Dos 16 totais, 8 avançam de fase.

No decorrer da temporada, muitas coisas aconteceram. Milos Teodosic começou fogoso, cansou e caiu muito de produção. Anthony Bennett (AQUELE, escolha número 1 do Draft de 2013) foi contratado e dispensado do Fenerbahçe sem sair do fim de banco. Luka Doncic, um moleque que começou a temporada com 17 anos, estourou no Real Madrid, encheu os olhos, virou o segundo melhor jogador da melhor equipe e foi o jovem de sua idade mais produtivo da história da Euroliga. E a mais bizarra, quando o Panathinaikos foi eliminado no mata-mata, os jogadores foram punidos para voltarem de Istambul a Atenas de ônibus ao invés de avião, algo muito mais demorado e que rendeu muito bafafá e estranhamento entre diretoria, jogadores e comissão técnica.

Em termos individuais, Sergio Llull é o favorito ao prêmio de MVP. Finalmente virou o líder de sua equipe, conquistando bolas decisivas adicionado a um estilo de jogo agressivo e veloz. Nando De Colo continua a lidera o CSKA. Após ser o MVP da temporada passada, segue como pontuador mais eficiente da Europa (19.4 pontos, 4 assistências, 53% nos arremessos de quadra, 44.7% nas bolas de três pontos e 95.6% nos lances livres), mesmo que Teodosic encha a Internet de jogadas de efeito. Milos, cada vez mais inclinado a ir para a NBA, entrou no segundo time ideal e vive o momento mais sólido da carreira, embora continue péssimo defensor.

Defensivamente, o ex-Clippers e Warriors Ekpe Udoh bateu recordes de tocos em suas duas temporadas e mostrou grande evolução sobre as mãos de Zeljko Obradovic no Fenerbahçe, líder da equipe e melhor pivô do torneio, já que vimos a pior versão possível de Ante Tomic, todo apático. Quem ganhou o prêmio de melhor defensor foi Adam Hanga, favorito da temporada passada, mas que acabou ficando com Kyle Hines (CSKA). O ala húngaro tem seus direitos ligados ao San Antonio Spurs na NBA e tudo indica que vai para a NBA já em 2017-2018, ele que é o jogador mais atlético da Europa ao lado do também ala Will Clyburn (Darussafaka Dogus).

Em termos de jovens, além da explosão de Luka Doncic ao estrelato, que botou um monte de marmanjos selecionáveis menos relevantes para o Real Madrid, os destaques foram Bogdan Bogdanovic (pontuador mais versátil do torneio), o ala Marko Guduric (que joga com confiança de dar inveja a Dion Waiters), Sasha Vezenkov (ala-pivô búlgaro que tem tudo para ser escolhido no Draft pelo seu chute rápido) e o pivô Ante Zizic (reboteiro feroz selecionado pelo Celtics no Draft de 2016). E babem com o próximo vídeo:

E se uma coisa não mudou, foi o fato de Vassilis Spanoulis e Georgios Printezis ainda serem os líderes do Olympiacos, que colecionaram bolas decisivas e basquete maduro para levar seu time ao Final Four.

Os semi-finalistas são CSKA, Fenerbahçe, Olympiacos e Real Madrid. Em ordem, foram quinto, terceiro, segundo e primeiro na temporada regular. Os confrontos serão CSKA vs Oly e Fener vs Real, exatamente os mesmos de 2015. Os favoritos são CSKA e Real, por serem os elencos mais profundos e versáteis, além de contarem com o maior volume de talento individual, embora os turcos do Fenerbahçe joguem em casa, em Istambul, com uma das torcidas mais loucas e apaixonadas do mundo, que promovem clima de estádio de futebol. Olympiacos corre por fora, mas possui os caras mais experimentados e vitoriosos daí. Meu palpite? Final entre russos e espanhóis, com Real levando a final e Doncic MVP do Final Four.

Quer saber mais sobre o Final Four da Euroliga? Acesse meu blog no Medium, que está recheado de texto da fase decisiva nesta semana, com perfis dos times, análise dos confrontos e mais causos desta competição. Me siga no Twitter para acompanhar de perto as análises dos jogos na hora e para saber como assistir, já que não haverá transmissão para a TV brasileira.

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