Outra grande diferença entre o boxe e o MMA é a divisão de pagamentos, como explica Nima Safapour, empresário de vários atletas de MMA - entre eles Gegard Mousasi, que, mesmo próximo de uma luta de cinturão, preferiu trocar o gigante UFC pelo Bellator, evento em ascensão e grande rival do Ultimate atualmente.
"No mundo do boxe, a maior parte da renda vai para o pugilista, enquanto a menor parte vai para a promoção. Já no MMA, o sistema é o contrário: a maioria vai para o promotor do evento e a minoria para os lutadores", analisa o empresário.
Pay-per-view e suas implicações
Como exemplo, Safapour cita a última luta de Andre Ward, considerado um dos melhores pugilistas peso-por-peso do mundo. Ele é campeão dos meio-pesados (até 79,4 kg) em quatro organizações diferentes (WBA, WBC, WBO e The Ring).
"A luta contra Sergey Kovalev, em junho, vendeu 130 mil pacotes de pay-per-view, o que é um número muito baixo para os padrões do UFC, por exemplo. No entanto, Ward fez US$ 6 milhões (R$ 18,7 milhões) na luta. Se falarmos em Bellator ou UFC, teríamos que vender cerca de 700 mil a um milhão de pacotes para recebermos esse valor. Os números são incomparáveis".
O UFC, por exemplo, vendeu mais pay-per-view do que o boxe no ano passado. Em 2016, a organização comandada por Dana White vendeu 4,4 milhões de pacotes em apenas três eventos, enquanto o boxe conseguiu 1,8 milhão em seis.