Os laterais-esquerdos de Tite
Marcelo já se pode discutir se é do tamanho de Roberto Carlos no Brasil e no Real Madrid. Titular em qualquer Seleção no planeta. Qualquer uma. E mais uma prova de que se deve insistir em quem sabe e em que pode dar a volta por cima e por si.
Fosse pela sanha geral em oferecer cabeças, o Gerson que foi mal como todo o Brasil em 1966 não retornaria para ser o Canhotinha de Ouro essencial em 1970. Dunga da overdunga de 1990 não teria sido o capitão do tetra em 1994.
Gente boa que esteve no fiasco e no fosso do 7 a 1 pode e deve voltar a campo. A história mostra muitas recuperações. Tite está atento a todas elas. E ficou tocado como toda a comissão técnica com a alegria e alívio de alguns atletas que venceram a Alemanha em Berlim. Eles sabem que não devolveram nem de longe o 7 a 1. Mas precisavam desse jogo e daquela vitória para poderem dormir melhor.
Marcelo é essa fera difícil de domar, mas foi conquistado por Tite depois de muitos problemas com Dunga e alguns outros com Mano Menezes. A qualidade na esquerda é tão grande que o treinador chegou a cogitar um dos jogadores na direita, mas logo desistiu.
Não fosse a lesão séria, Filipe Luís já estaria com o passaporte pronto para a Rússia. A recuperação está acima do esperado. Por isso é o maior favorito para a reserva de Marcelo. Se não apoia tão bem e não é tão versátil quanto Alex Sandro, o lateral de Simeone no Atlético de Madrid é quem melhor marca dos quatro que deverão jogar a Copa. Também ganha pontos por isso. Filipe Luís ganhou livro de Tite e preenche o requisito de jogador que aceita a reserva na Rússia e mesmo assim joga para o time no dia a dia. É um dos atletas mais queridos por comissão e funcionários da CBF.
Alex Sandro chamou a atenção do grupo de perto pela qualidade que demonstrou contra Bolívia e Chile, no fim de 2017. É cotado para se juntar à trupe do PSG pós-Copa. Ganhou pontos e entrou na briga, mas ainda tem Filipe na frente.
Hoje, a quarta opção é a surpresa Ismaily, de consistente temporada no Shakthar. Deixou boa impressão na comissão técnica quando chamado em cima da hora para os últimos amistosos.
Talvez o melhor exemplo daquilo que penso e que Tite concorda. Seleção não é só momento. Tem toda uma história construída. Camisas cativas. Cancha. Milhagem. Aquilo que também Taffarel bem personificava: um cara que joga mais pelo Brasil do que pelo clube. Seleção precisa de repetição de modo de jogar e de jogadores para dar a liga que um grupo que mal treina necessita. Tudo isso. Mas também pode precisar dos "funcionários do mês" como tem sido Ismaiy em 2017-18. Aqueles jogadores que estão em seu melhor momento. Não estariam cogitados seis meses antes. Talvez nunca mais joguem pelo Brasil e nem nesse nível pelo clube. Mas, em um mês, podem ser o que foi Kleberson para o Brasil de 2002. Nem antes. E nem depois.
Dos demais laterais-esquerdos convocados por Tite, Fábio Santos é de regularidade absurda. Mas já esteve melhor. E não está no nível da turma acima.
Wendell não tem jogado o que pode. Jorge tinha Mendy à frente dele no Monaco e, agora, sofre com a fase ruim do clube. É lateral de grande futuro. Mas não é solução para o presente.
Alex Telles não foi convocado por Tite. Bom nome. Mas sem chance. Como Guilherme Arana não tem jogado no Sevilla e já havia caído de produção no Corinthians no final de 2017.
COLABOROU DASSLER MARQUES.
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