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Vôlei Nestlé e Rexona têm dia para esquecer no Mundial de Clubes

João Batista Junior

10/05/2017 04h05

Eczacbasi se recupera de derrota na estreia com 3-1 sobre o Vôlei Nestlé (fotos: FIVB)

Depois de estrearem com vitória contra times japoneses, as equipes brasileiras se deram mal diante das gigantes do vôlei turco, nesta quarta-feira, pela segunda rodada do Campeonato Mundial feminino de Clubes. Para chegarem às semifinais em Kobe, Vôlei Nestlé e Rexona-Sesc terão de vencer, respectivamente, Volero Zürich e Dínamo Moscou, pela última rodada da fase de grupos, na madrugada de quinta para sexta-feira.

Ficou claro, mais uma vez, o desnível entre o voleibol feminino brasileiro de clubes e o europeu: ter bons valores, como Tandara, Dani Lins e Bia, no caso do time de Osasco, ou Juciely, Fabi, Gabi e uma promissora Drussyla, como tem a equipe carioca, foi suficiente para equilibrar alguns sets, mas não o bastante para frear duas das equipes que mais investiram neste ano.

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O Vôlei Nestlé enfrentou um time que tem oscilado bastante na temporada e que demorou a engrenar na partida. Mas, quando o Eczacibasi VitrA acordou, fechou o jogo com duas rápidas parciais e venceu o vice-campeão da Superliga por 3 sets 1 (25-21, 20-25, 25-16, 25-13).

As osasquenses até tiveram um bom início no confronto. Com um sistema defensivo que propiciou bons ralis no primeiro set e uma virada de bola eficiente no segundo, a equipe brasileira deu a entender que complicaria a vida das campeãs mundiais. Tandara, Bia e, sobretudo, Bjelica tinham, àquela altura, 50% de aproveitamento no ataque cada uma, ao passo que as rivais abusavam dos erros – especialmente no saque.

Contudo, quando o Eczacibasi se ajustou no serviço, o jogo mudou bruscamente: o passe do Vôlei Nestlé quebrou e o time marcou apenas 29 pontos na soma dos dois últimos sets.

Substituta de Kosheleva, que viu todo o confronto do banco de reservas, a ponta Hande Baladin deu sustentação ao fundo de quadra da equipe turca e terminou sendo também uma boa opção no ataque. De carona na pressão do saque, o bloqueio do Eczacibasi também cresceu na partida e matou qualquer pretensão das brasileiras. A ponta Jordan Larson pontuou em 62% das cortadas que efetuou e a oposta sérvia Boskovic, com 17 pontos, um a mais que sua compatriota Bjelica, foi a principal anotadora do confronto.

Vale ressaltar que o sexteto de Istambul chegou a Kobe depois de uma temporada que começou promissora, com um título mundial nas Filipinas, em outubro, e terminou sem que a equipe chegasse a nenhuma outra final – nem da liga turca, nem da Copa da Turquia, tampouco da Champions League.

Para pontuar o momento conturbado do time, a imprensa turca tem noticiado esta semana que o técnico italiano Massimo Barbolini será demitido depois do mundial, seja qual for o resultado, e será substituído pelo brasileiro Marco Aurélio Motta – que foi antecessor de José Roberto Guimarães na seleção brasileira, levou a Turquia às Olimpíadas de Londres 2012 e já treinou o próprio Eczacibasi, em meados da década passada.

Ting Zhu em ação contra o Rexona: ótimo aproveitamento no ataque

VakifBank vs. Rexona-Sesc
O passe e o ataque das campeãs da Superliga sofreram com o saque e o bloqueio das campeãs europeias. Essa frase pode servir como resumo da vitória do VakifBank sobre o Rexona-Sesc por 3 sets a 1 (25-17, 25-15, 20-25, 25-15).

Apenas no terceiro set e na primeira metade do quarto foi que o Rexona conseguiu mostrar um bom voleibol. O sistema defensivo do time brasileiro parou Ting Zhu & cia., e Roberta teve o passe na mão para distribuição as bolas no ataque. Mas ficou só nisso.

Com bloqueadoras de estatura elevada e sacadoras que não hesitaram em caçar Drussyla (que recebeu 40 dos 84 serviços adversários), a equipe turca marcou nada menos que 25 pontos sem atacar ou esperar pelo erro do Rio – 19 pontos de bloqueio e seis aces.

Ting Zhu, que às vezes nem parecia que saltava para atacar, empatou com a também ponta Kimberly Hill como maior pontuadora da partida, com 18 acertos – a diferença é que chinesa teve 56% de aproveitamento no ataque contra 42% da norte-americana. Destaque, ainda, para a central Milena Rasic e a levantadora Naz Aydemir, ambas, respectivamente, com cinco e quatro anotações no bloqueio.

Pelo lado carioca, a jogadora mais regular foi Juciely: se ela (1,84m) e Carol (1,83m) pouco puderam fazer no bloqueio contra atacantes acima de 1,90m de altura, sua eficiência no ataque foi perceptível: foram dez pontos nesse quesito, com 66,6% de aproveitamento.

Às 21h40 da quinta-feira, pelo horário de Brasília, o Rexona-Sesc volta à quadra no Japão para encarar o Dínamo Moscou em jogo que deve valer a segunda vaga do grupo às semifinais. Em seguida, à 0h10 da sexta, é a vez de Osasco e Volero Zürich se enfrentarem, numa partida em que talvez um set baste para que o Volero assegure o primeiro lugar.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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