Renan encara Sul-Americano com cautela: “Argentina é muito perigosa”

Seleção brasileira pouco antes do primeiro treino em Temuco, no Chile, neste domingo (6) (foto: CBV)

O Campeonato Sul-Americano de vôlei masculino começa nesta segunda-feira (7), no Chile, e o Brasil tem duas missões: manter a hegemonia em um torneio no qual jamais perdeu e conseguir a vaga para o Mundial 2018. A decisão, mais uma vez, deve ser diante dos argentinos, que em junho passado derrotaram a seleção brasileira principal após 17 anos. "A Argentina tem um volume de jogo muito grande e erra bem pouco. Os últimos jogos contra o Brasil têm sido muito equilibrados. É uma equipe muito perigosa, que joga sempre em alto nível e que conta com um treinador que já fez história no voleibol internacional", disse ao Saída de Rede o técnico do Brasil, Renan Dal Zotto.

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Além da cautela protocolar, o treinador brasileiro tem motivos para se preocupar, afinal o volume de jogo dos argentinos pode complicar a vida do seu time. O Brasil, que chegou ao Chile no sábado (5), disputará o Sul-Americano com os levantadores Bruno e Raphael, os opostos Wallace e Renan, os centrais Lucão, Maurício Souza, Otávio e Isac, os ponteiros Lucarelli, Maurício Borges, Douglas e Rodriguinho, e os líberos Tiago Brendle e Thales.

Renan Dal Zotto diz que a Argentina joga sempre em alto nível (FIVB)

Hegemonia
Nas 31 edições do Sul-Americano, a seleção brasileira faturou 30 títulos – não participou da competição em 1964, vencida pela Argentina. Jamais o Brasil perdeu para os hermanos no torneio. No geral, se enfrentaram 102 vezes, com 92 triunfos brasileiros. Porém, no encontro mais recente, pela Liga Mundial 2017, os argentinos ganharam por 3-1. A última vez que haviam derrotado a seleção principal do Brasil havia sido nas quartas de final da Olimpíada de Sydney, em 2000, pelo mesmo placar – depois disso, derrotaram a seleção B por 3-2 na final dos Jogos Pan-Americanos 2015.

O Sul-Americano será disputado nas cidades chilenas de Temuco e Santiago. O Brasil está no Grupo A, ao lado de Colômbia, Venezuela e Paraguai. Na outra chave estão Chile, Argentina, Uruguai e Peru. A seleção brasileira estreia logo mais, às 22h (horário de Brasília), contra os paraguaios. Na terça-feira (8) enfrenta os venezuelanos e encerra a fase classificatória dia 9 diante dos colombianos. A chave A terá Temuco como sede. O grupo B e as finais terão suas partidas em Santiago – semifinais no dia 10 e disputas do bronze e do ouro no dia 11. O SporTV transmitirá a partida do Brasil na semifinal e também a decisão. O site da Confederação Sul-Americana de Voleibol (CSV) exibirá ao vivo todos os jogos.

Brasileiros e argentinos se enfrentaram pela última vez no dia 17 de junho (FIVB)

Vaga para o Mundial
Quem ganhar a competição se classifica para o Mundial 2018. Caso não consiga a vaga desta vez, o Brasil ainda terá outra chance, no torneio qualificatório continental, de 31 de agosto a 4 de setembro. Curiosamente, no calendário da CSV, a repescagem está programada para ser realizada na Argentina. Se os hermanos conquistarem o Sul-Americano, uma nova sede para o classificatório será definida pela Confederação.

"Fizemos toda a preparação para o Sul-Americano encarando esse como mais um torneio muito importante, pois de fato é, até por ser classificatório para o Campeonato Mundial. Sabemos que a Argentina é uma das principais candidatas junto com o Brasil para chegar à final, mas nos preparamos para a competição como um todo", comentou Renan. O Brasil, que este ano foi vice-campeão da Liga Mundial, se preparou em Saquarema (RJ), no centro de treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

O atacante Bruno Lima foi deslocado da saída para a entrada de rede (FeVA)

Preparação e mudança na Argentina
Os argentinos, que não chegaram às finais da Liga Mundial, iniciaram sua preparação para o Sul-Americano no final de junho, em Buenos Aires. Em entrevista ao SdR, publicada no dia 25 de julho, o técnico da seleção da Argentina, Julio Velasco, afirmou: "Os brasileiros são campeões olímpicos, têm uma equipe superior a nossa, mas ficou claro que cada partida tem sua história e podemos ganhar do Brasil outra vez".

No final do mês passado, os argentinos conquistaram a Copa Pan-Americana, realizada em Gatineau, no Canadá. O torneio teve baixo nível técnico, americanos e canadenses competiram com equipes B, o Brasil sequer enviou um time, mas serviu para dar ritmo e para que Velasco fizesse algumas experiências antes do Sul-Americano. A principal delas foi deslocar o oposto Bruno Lima para a entrada de rede.

Lima, 21 anos, um dos destaques da Rio 2016, não disputou a Liga Mundial 2017 por causa de uma lesão no ombro direito. Já havia jogado como ponteiro nas categorias de base, mas há pelo menos dois anos estava na saída de rede. Como oposto titular, Velasco vai manter Martín Ramos, 25 anos, central de origem – foi ele quem jogou na saída na vitória por 3-1 sobre o Brasil em junho. O reserva será o veterano canhoto Santiago Darraidou, 36 anos. A equipe, que esta temporada não conta com o ponta Facundo Conte, liberado pelo técnico para descansar, terá ainda nomes como o levantador Luciano De Cecco e o central Sebastián Solé.

Campeonato Sul-Americano
Grupo A – Brasil, Colômbia, Venezuela e Paraguai
Grupo B – Chile, Argentina, Uruguai e Peru

TABELA (horário de Brasília)
Dia 7
22h – Brasil vs. Paraguai
Dia 8
22h – Brasil vs. Venezuela
Dia 9
15h – Brasil vs. Colômbia
Dia 10 (semifinais)
19h30 – 1º A vs. 2º B
21h30 – 1º B vs. 2º A
Dia 11 (final) – às 21h30

Fonte: CSV