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Olhar Olímpico

O vôlei está maluco? Brasil perdia de Cuba por 3 sets a 1, mas venceu jogo

Demétrio Vecchioli

22/08/2017 04h00

(Divulgação/FIVB)

Quem olhasse o placar e visse Cuba vencendo o Brasil por 3 sets a 1 pelo Mundial Sub-23 de Vôlei pensaria que o jogo havia acabado com vitória cubana. Ledo engano. Pois quem venceu a partida, disputada na segunda-feira no Cairo, no Egito, foi a seleção brasileira, por 4 sets a 3. Achou estranho? A novidade, que está sendo testada na competição para atletas até 23 anos, pode virar regra oficial do vôlei.

Presidida pelo brasileiro Ary Graça, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) está aproveitando o Mundial Sub-23, que em setembro terá sua versão feminina na Eslovênia, para observar algumas mudanças nas regras, que podem, em teoria, tornar o jogo mais dinâmico. Ficando, assim, mais atraente para os torcedores e para os canais de televisão.

E a principal dessas mudanças é com relação à contagem de pontos por sets. No Mundial Sub-23, vence a partida quem ganhar quatro de um melhor de sete sets, de até 15 pontos, e não até 25. Até 1998, os sets também iam até 15, mas os pontos só eram marcados quando feitos no saque da própria equipe.

Essa não é a primeira vez que Ary Graça tenta deixar os sets mais curtos. Em 2013, quando presidia tanto a FIVB quando a confederação brasileira, a CBV, a Superliga inovou ao criar os sets de 21 pontos. À época, a argumentação foi a mesma de agora: o set mais curto deixa o jogo mais atraente para a televisão. Os jogadores não gostaram, as emissoras não notaram grande diferença, e na temporada seguinte o campeonato nacional já voltou a seguir as regras internacionais.

Agora, a aposta o teste é em um campeonato de "tiro curto", o Mundial Sub-23, quando outras mudanças nas regras também estão sendo observadas. Na tentativa de aumentar a troca de bolas, o sacador não pode ultrapassar a linha de fundo mesmo na aterrissagem e quem está atacando do fundo não pode cair à frente da linha dos três metros. O blog Saída de Rede falou com os técnicos das seleções brasileiras sub-23, que criticaram as mudanças.

Aproveitando a nova regra, o Brasil venceu seus quatro primeiros jogos pelo Grupo A e já está classificado para as semifinais do Mundial. O país venceu a primeira edição do Mundial, em 2013, em Uberlândia (Minas Gerais) e em 2015 ficou em um frustrante quinto lugar.

 

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.