Paraolimpíadas

Imbatível: seleção de futebol de cegos é tetracampeã paraolímpica

Marcio Rodrigues/MPIX
Brasileiros comemoram gol na final do futebol de cegos imagem: Marcio Rodrigues/MPIX

Daniel Brito

Do UOL, no Rio de Janeiro

A seleção brasileira de futebol de cinco (para cegos) é tetracampeã paraolímpica. O título veio no final da tarde deste sábado, 17, com uma vitória contra o Irã por1 a 0, na acanhada, porém barulhenta, arena temporária montada no Parque da Barra. Desde que a modalidade passou a integrar o programa dos Jogos Paraolímpicos que o Brasil não sabe o que é perder: foi campeão em Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012 e agora, sem sofrer um único revés. Os gols do jogo foram marcados por Ricardinho, aos 11min do primeiro tempo. Ele e Jefinho foram os artilheiros do Torneio com três gols cada.

Este foi um dos eventos mais esperados e concorridos de toda a edição dos Jogos Paraolímpicos do Rio-2016. Até a quantidade de jornalistas teve de ser controlado, dada o alto interesse da imprensa pela decisão. Os cinco mil lugares da arena temporária, que durante os Jogos Olímpicos recebeu jogos de tênis, estavam praticamente todos ocupados. Foi preciso muita paciência para que o público fizesse o silêncio necessário para os jogadores ouvirem os guizos na bola que servem para orientar os atletas em campo.

Os iranianos armaram uma forte retranca, tal qual ocorrera no primeiro encontro das duas equipes. Na terceira rodada da fase de grupos, quando as duas seleções já estavam classificadas para as semifinais, os persas se fecharam atrás e garantiram o empate sem gols. O Brasil também atuou sem alguns de seus titulares, como o defensor Cassio e o atacante Ricardinho.

Neste sábado, 17, no entanto, eles estavam em quadra e fizeram a diferença. O Brasil dominou as ações, pressionou o Irã o tempo inteiro e só foi ameaçado em lances esporádicos, de contra-ataque.

O Brasil abriu o placar aos 11 minutos, com Ricardinho, em jogada individual pela esquerda. Ele levou a bola até próximo à linha de fundo e bateu cruzado, de bico. A bola passou entre as pernas do goleiro Meysam Shojaeiyan. Foi o primeiro gol que o Irã tomou em toda a competição. No segundo tempo, o time visitante abriu mão de partir para o ataque, principalmente depois que o craque o do time, o camisa 10 Ahmadreza Shahhosseini trombou com a placa de publicidade e teve de ser substituído. Ao retornar à quadra, levou uma cabeçada involuntária da defesa brasileira e isso minou sua resistência. O Brasil chegou com perigo em pelo menos três oportunidades, mas não conseguiu passar pelo goleiro Shojaeiyan.

Dez segundos antes do fim, a torcida já embalou nas arquibancadas: "É Campeão! É Campeão!". O silêncio que a torcida teve tanta dificuldade em conter durante os 50 minutos foi finalmente quebrado de uma vez por todas após o apito final, com a confirmação da vitória.

Topo