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Rumo ao tetra mundial, Sada Cruzeiro terá mais europeus pelo caminho

João Batista Junior

11/12/2017 06h00

Tricampeão, Sada Cruzeiro tenta vencer mundial longe de sua torcida pela primeira vez (foto: FIVB)

A disputa pelo título mundial masculino de clubes 2017 começa nesta terça-feira, na Polônia, com algumas novidades em relação aos campeonatos anteriores e quatro equipes de ponta do voleibol europeu (em vez de um ou dois, como ocorrera nas edições passadas) como maiores obstáculos à quarta conquista do Sada Cruzeiro no campeonato.

Em termos logísticos, a competição deixa o calor mineiro, que acolheu as quatro últimas edições da competição (três vezes em Betim, uma em Belo Horizonte) e encontra o inverno polonês. É certo que a estação mais fria do ano só chega ao hemisfério norte no dia 22 deste mês, mas o país sede do torneio tem experimentado alguns períodos de temperaturas negativas nos últimos dias e a previsão, segundo o site AccuWeather, é de que a situação permaneça assim entre a primeira rodada do mundial e o domingo (17), dia da final. Sorte que os ginásios poloneses têm calefação.

Será, aliás, a primeira vez desde 2009, quando voltou a ser disputado depois de um hiato de 17 anos, que a versão masculina do torneio será na Europa.

Outra modificação em relação às edições passadas do mundial de clubes é que o campeonato deste ano será disputado em mais de uma cidade. Na primeira fase, o grupo A (Sada Cruzeiro, Lube Civitanova, Sarmaeyh Teerã e Zaksa Kedzierzyn-Kozle) está na cidade de Opole, num remodelado ginásio para 3,5 mil espectadores. Já o grupo B (Zenit Kazan, Personal Bolivar, PGE Skra Belchatow e Shangai) ficará na Atlas Arena, o imponente ginásio de Lodz, que poderá receber um publico de até 12,1 mil pessoas. As semifinais e as finais serão na Tauron Arena, em Cracóvia, que tem capacidade para 14,7 mil torcedores.

(Tanto o ginásio de Lodz quanto o de Cracóvia receberam partidas do mundial de seleções em 2014 – o Brasil, inclusive, disputou a terceira fase na Atlas Arena.)

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Grupo A
O Sada Cruzeiro que foi para a Polônia tem uma mudança significativa em relação ao sexteto campeão do ano passado: saiu o levantador William, MVP do último mundial, veio o armador argentino Nicolás Uriarte. Por outro lado, jogadores importantes, como o meio de rede cubano Robertlandy Simón, o ponteiro naturalizado brasileiro Yoandy Leal e o oposto Evandro, seguem no grupo, assim como os demais titulares do time campeão em 2016 – o meio de rede Isac, o líbero Serginho e os ponteiros Filipe e Rodriguinho, que se revezaram durante aquele torneio.

Nesta temporada, o time conquistou o campeão mineiro e Supercopa, e lidera a Superliga, com um jogo a mais que o Sesc, vice-líder, com dez vitórias em 11 partidas – foi batido apenas pelo EMS Taubaté Funvic, no tie break.

Diferentemente de outras edições, em que confrontou ao menos dois rivais de pouca expressão na primeira fase, o time mineiro terá ao menos dois adversários de peso na luta para avançar às semifinais e um terceiro que pode atrapalhar a vida dos favoritos.

Logo na estreia, o Cruzeiro encara o Lube Civitanova, líder da liga italiana. Os rivais cruzeirenses da terça-feira têm nomes bastante conhecidos do público brasileiro, como os norte-americanos Micah Christenson (levantador) e Taylor Sander (ponteiro), o oposto búlgaro Tsevtan Sokolov, o líbero francês Jenia Grebennikov e o atacante ítalo-cubano Osmany Juantorena – é uma das "seleções mundiais" que disputam o torneio.

Terceiro colocado na Liga Campeões passada, o Civitanova se classificou para o campeonato graças a um novo critério da FIVB: têm vaga no torneio os campeões nacionais dos dois países mais bem ranqueados que ainda não tenham representantes na competição. Assim, tanto o campeão italiano (o caso do Civitanova) quanto o Bolívar (campeão argentino) se qualificaram para jogar na Polônia.

Zaksa Kedzierzyn-Kozle é um dos rivais do Cruzeiro no grupo A (foto: CEV)

Outro time de relevo na chave cruzeirense é o Zaksa Kedzierzyn-Kozle, líder invicto da PlusLiga (a liga polonesa masculina de vôlei), classificado como atual campeão do país sede. Comandado pelo levantador francês Benjamin Toniutti, a equipe conta com o ponteiro belga Sam Deroo e os jogadores da seleção polonesa Matesz Bieniek (central), Pawel Zatorski (líbero) e Rafal Buszek (ponta).

É bem provável que a disputa por duas vagas às semifinais fique entre três equipes, mas elas não podem descuidar do Sarmayeh Bank Teerã, atual bicampeão iraniano e asiático. Com apenas o experiente levantador polonês Lukasz Zigadlo como estrangeiro, a equipe tem várias peças importantes da seleção nacional, com destaque para o central Seyed Mousavi, um dos melhores do mundo no meio de rede, e os pontas Shahram Marmoudi e Farhad Gaemi.

Grupo B
A disputa na outra chave pelos dois primeiros lugares, dentro das condições normais de temperatura e pressão, deve ficar entre Zenit Kazan e PGE Skra Belchatow.

Wilfredo León é uma das estrelas do Zenit Kazan (foto: CEV)

Vice-campeão nas duas últimas edições do mundial e vencedor das três últimas Ligas dos Campeões, o Zenit Kazan, do cubano naturalizado polonês Wilfredo León, do norte-americano Matt Anderson e do oposto Maxim Mikhaylov, talvez seja o grande favorito à conquista do troféu na Polônia. Primeiro colocado na liga russa, a equipe, inclusive, levantou a Copa da Rússia no domingo passado (dia 3).

Já o Belchatow, segundo na liga polonesa, chegou ao mundial por conta do wild card, e é forte candidata a uma vaga às semifinais. A equipe tem jogadores de seleção, como os centrais Lisinac (Sérvia) e Karol Klos (Polônia), o levantador polonês Grzegorz Lomacz, além do veterano oposto Mariusz Wlazly, que conduziu a Polônia ao título mundial de 2014.

Nessa briga, o Personal Bolívar, da Argentina, clube defendido pelo oposto brasileiro Théo, e que conta como o central Pablo Crer e o levantador Demián Gonzalez, parece correr por fora. Já o Shangai Volleyball Club, que recebeu o wild card da FIVB e tem no elenco os pontas Facundo Conte e Julien Lyneel (que, curiosamente, ia para o Bolívar nesta temporada, mas acabou assinando contrato com os chineses), é o grande azarão do campeonato.

O torneio terá transmissão do SporTV. Veja a tabela do certame, pelo horário de Brasília:

Grupo A – Opole
12.12 – 14h30: Zaksa (POL) vs. Sarmayeh Bank (Irã)
12.12 – 17h30: Sada Cruzeiro (BRA) vs. Civitanova (ITA)
13.12 – 14h30: Zaksa (POL) vs. Civitanova (ITA)
13.12 – 17h30: Sada Cruzeiro (BRA) vs. Sarmayeh Bank (Irã)
14.12 – 14h30: Zaksa (POL) vs. Sada Cruzeiro (BRA)
14.12 – 17h30: Sarmayeh Bank (Irã) vs. Civitanova (ITA)

Grupo B – Lodz
12.12 – 14h30: Zenit Kazan (RUS) vs. Personal Bolívar (ARG)
12.12 – 17h30: PGE Skra Belchatow (POL) vs. Shangai (CHN)
13.12 – 14h30: Zenit Kazan (RUS) vs. Shangai (CHN)
13.12 – 17h30: PGE Skra Belchatow (POL) vs. Personal Bolívar (ARG))
14.12 – 14h30: Personal Bolívar (ARG) vs. Shangai (CHN)
14.12 – 17h30: PGE Skra Belchatow (POL) vs. Zenit Kazan (RUS)

Semifinais – Cracóvia
16.12 – 14h30: 1ºA vs. 2ºB
16.12 – 17h30: 1ºB vs. 2ºA

Finais – Cracóvia
17.12 – 14h30: decisão do 3º lugar
17.12 – 17h30: decisão do 1º lugar

 

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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