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Qual Brasil veremos na semifinal da Liga Mundial em Curitiba?

Carolina Canossa

06/07/2017 17h32

Brasileiros alternaram bons e maus momentos ao longo de toda a Liga Mundial (Fotos: Divulgação/FIVB)

A "obrigação" foi cumprida: dois anos depois de decepcionar e não conseguir se classificar para uma semifinal de Liga Mundial disputada em casa, a seleção brasileira masculina de vôlei se assegurou entre os quatro melhores da competição. Diante de uma Rússia desfalcada de seus principais astros, o placar foi de 3 sets a 2.

O adversário na busca por um lugar na grande decisão serão os Estados Unidos, às 15h05 (horário de Brasília) desta sexta (7). Mais tarde, às 17h40, a França encara o Canadá na outra semi – os europeus garantiram a primeira colocação do grupo ao bater a atual campeã Sérvia em cinco sets, com parciais de 25-21, 25-20, 17-25, 18-25 e 15-11.

Mais do que a camisa do outro lado da quadra, porém, a grande questão é saber qual Brasil se apresentará a maior parte do tempo na Arena da Baixada?

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Explica-se: ao longo de todo o torneio, a grande instabilidade foi uma das características da seleção. E o duelo contra os russos não foi diferente. No primeiro set, por exemplo, o setor ofensivo teve seu melhor desempenho desde a Olimpíada, sem erros ou sequer bloqueios tomados. Aliás, com o passe na mão, Bruno fez o forte bloqueio rival bailar a ponto de passar a impressão que o técnico Sergey Shlyapnikov sequer havia se preocupado em estudar a partida.

Mas não demorou muito pra isso acabar: com a classificação assegurada graças ao êxito na parcial anterior, os brasileiros voltaram ao jogo relaxados e errando excessivamente, o que permitiu à Rússia logo abrir uma vantagem no placar. Renan Dal Zotto promoveu uma alteração tripla, com Rapha, Renan e Éder entrando respectivamente nos lugares de Bruno, Wallace e Lucão. O nível melhorou e o placar chegou a ficar em 16-17, mas uma boa passagem do central Likhosherston pelo saque complicou a vida do levantador reserva e definiu a etapa.

Lucarelli foi o destaque individual do Brasil na partida

Foi justamente a mudança de tática no saque russo que equilibrou o duelo, com o ineficiente viagem agressivo dando espaço para o flutuante, característica que tem – e não é de hoje – colocado a linha de recepção brasileira em dificuldades. O bloqueio russo cresceu ainda mais no jogo, mas Ricardo Lucarelli, com uma atuação individual muito boa, assegurou a vitória na parcial.

Os altos e baixos seguiram-se no quarto set, quando Renan aproveitou o placar desfavorável para dar ritmo a alguns atletas que jogaram pouco na  Liga Mundial, caso do central Otávio e do ponta Rodriguinho. A virada não veio e o time ainda perdeu mais alguns preciosos minutos de descanso para jogar um desgastante tie-break, encerrado com diferença mínima de pontos (16-14). Mais uma vez, Lucarelli brilhou.

Isso tudo faz com que a torcida ainda não se convença da capacidade dessa seleção brasileira em quebrar o jejum de títulos da Liga Mundial, iniciado em 2010 e marcado por quatro vices desde então. Saber qual Brasil jogará nos momentos decisivos em Curitiba é, neste momento, um grande exercício de adivinhação. Uma boa dose de constância é essencial para as pretensões do time no torneio.

*Atualizado às 20h20

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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