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Tássia: "Se são chatos com as críticas, sou muito mais comigo mesma"

Carolina Canossa

21/01/2018 06h00

Tássia foi um dos destaques do título do Vôlei Nestlé na Copa Brasil (Foto: Divulgação/Fotojump)

Aos 29 anos, a líbero Tássia tem uma carreira bem consolidada no vôlei brasileiro. Dona da melhor recepção da última Superliga vestindo a camisa do Dentil/Praia Clube, ela foi chamada pelo Vôlei Nestlé para ocupar o lugar de Camila Brait, grávida, desde o Mundial de clubes. Apesar disso, teve que lidar com opiniões depreciativas de diversos torcedores nas redes sociais sobre suas atuações ao longo dos últimos meses.

A resposta veio na bola: na noite desta sexta (19), a defensora foi um dos destaques da excelente performance do time paulista na vitória sobre o favorito Praia na decisão da Copa Brasil. Ela, porém, não quis usar o bom momento para "responder" a ninguém. Pelo contrário: para Tássia, os julgamentos negativos servem como uma espécie de combustível.

"Críticas acontecem, estamos sempre sujeitas a isso", comentou a atleta, com serenidade, em entrevista exclusiva ao Saída de Rede. "Eu não me incomodo. Penso em trabalhar cada vez mais para ajudar a minha equipe. Se são chatos com as críticas, eu sou muito mais comigo mesmo. Então, corro atrás de consertar meus defeitos", afirmou.

Ao fazer uma análise sobre a decisão, a líbero atribuiu sua boa atuação ao trabalho coletivo executado pelo Vôlei Nestlé. "Fizemos bem o que o Luizomar (de Moura, técnico) nos pediu, aplicamos em quadra o que estudamos. Sacamos muito bem e isso facilitou para que o nosso sistema defensivo funcionasse. Sabíamos que o jogo não seria fácil, mas entramos com tudo!".

Nem o fato de ter ocorrido contra seu ex-time fez com que o título tivesse um gostinho especial, garante Tássia. "Tenho respeito a todos os clubes eu eu joguei, mas me sinto muito orgulhosa de essa conquista ter vindo junto com o Nestlé Osasco", afirmou.

Leyva: melhor jogo no Brasil

Se Tássia garantiu o fundo de quadra na decisão, ofensivamente Angela Leyva também chamou a atenção. Cada vez mais confiante, a peruana não só ajudou a líbero na recepção como também foi um desafogo importante para que a levantadora Fabíola não dependesse apenas de Tandara nas bolas pelas extremidades, terminando o duelo com 10 pontos.

Ponteira peruana está cada vez mais confiante (Foto: Luiz Pires/Fotojump)

"Acredito que tenha sido meu melhor jogo (desde que cheguei ao Brasil)", avaliou a ponteira. "Este campeonato foi importante para mim, pois percebi que podia fazer bem as coisas e ir um pouco além. O começo aqui não foi nada fácil, mas as coisas foram acontecendo como tinham que acontecer. O Praia sacou bem e me buscou bastante, mas minha recepção também foi boa e não tivemos tantas falhas. O jogo foi excelente", comemorou.

Para ela, a evolução nos últimos meses é notável. "Cresci muito não só como atleta, mas também como pessoa fora das quadras. Aprendi a viver só, a valorizar muito mais as coisas. Já em quadra, aprendi que posso dar muito mais e que só me faltava acreditar", destacou.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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