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Bala na Cesta

Brasília sente saudades, por Lucas Santos

Fábio Balassiano

17/11/2017 14h00

* Por Lucas Santos

O NBB 10 começou, e a nova edição promete ser uma das mais equilibradas. Os times fizeram um excelente trabalho, e expectativa está alta, ainda mais depois de finalmente um campeão que não fosse o Flamengo ou o Brasília. O time da capital, aliás, é um dos motivos para um certo desânimo entre alguns torcedores.

O Brasília está fora do NBB, em um dos acontecimentos mais surpreendentes dessa temporada. O time não conseguiu comprovar renda suficiente para participar após perder seus patrocinadores. Jogadores estavam com salários atrasados e sem o apoio de outras instituições a equipe acabou ausente da nova edição do campeonato.

Uma pena, pois Brasília era um dos times com mais sucesso no cenário nacional do basquete, e por ser de uma cidade onde o esporte é fraco, o time acabou virando uma paixão. A torcida UNI sempre dava um show nas arquibancadas, tanta no ginásio da ASCEB quanto no Nilson Nelson, e era uma das mais apaixonadas, sempre empurrando a equipe. Nos jogos, também havia atrações, noites temáticas e até a cortina da distração, tudo isso com o intuito de gerar uma sensação parecida com a da NBA – não só um jogo, mas um evento.

A atração mais importante também era uma das melhores. O time era excelente, e possuía jogadores de grande expressão: o eterno capitão, Guilherme Giovannoni, o maestro Fúlvio, o monstro Lucas Mariano, o sniper Deryk, e muitos outros como Jefferson, Pilar, João e Alemão. O técnico Bruno Savignani tinha excelentes peças, que juntas resultavam em um basquete bonito de se assistir e favorito para vencer.

A equipe possuía uma enorme tradição, tetracampeã nacional (três vezes no NBB e uma no campeonato Brasileiro), campeã da liga das Américas e três vezes campeã Sul-Americana, além de possuir o recorde de público no campeonato nacional.

Infelizmente, a equipe está fora do NBB, e não se tem informações sobre planos para voltar no ano que vem para disputar a Liga Ouro. O time deixou um vazio não só na competição, mas na cidade também, e o basquete nacional infelizmente perdeu um de seus maiores representantes.

Como torcedor da equipe, é difícil ver o NBB e não me planejar para ir ver o Brasília, torcer para a equipe e ver os grandes jogadores que estavam no elenco. É triste ver o capitão Guilherme Giovannoni com outra camisa, pois sempre achei que ele fosse se aposentar na capital. Então ver o Vasco jogar é ruim, pois me traz as lembranças de Fúlvio e Mariano na equipe, o mesmo acontecendo com o Flamengo, com o Pilar, o Minas, com o Jefferson, o Paulistano, com o Deryk, e todas os times com jogadores que deveriam estar atuando na capital.

Todos eles mereciam não ter os salários atrasados, ter a oportunidade de encerrar o ciclo em Brasília da maneira certa. O time faz uma enorme falta, e resta, infelizmente, esperar por notícias sobre um eventual retorno da equipe para o NBB.

Brasília sente saudades do seu time.

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