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Bruno na expectativa do título da Liga Mundial: “Está batendo na trave há muito tempo”

João Batista Junior

08/07/2017 10h00

Bruno quer acabar com um jejum brasileiro de sete anos na Liga Mundial (fotos: Guilherme Cirino/Saída de Rede)

Curitiba (PR) – Brasileiros e franceses se enfrentam neste sábado, a partir das 23h05, na quadra montada na Arena da Baixada, para decidir a Liga Mundial 2017. Nas cinco vezes anteriores em que recebeu a competição (1993, 1995, 2002, 2008 e 2015), o Brasil, maior vencedor do torneio, com nove conquistas, venceu apenas a primeira.

Para Bruno, campeão olímpico ano passado, no Rio, a possibilidade de levantar o troféu diante da torcida é mais um estímulo para bater o time francês. "Vencer no Brasil é uma coisa difícil até de explicar. Pode ser um dia muito especial, esse deca está batendo na trave há muito tempo", lembrou o levantador, capitão de uma seleção não conquista a Liga Mundial desde 2010 e que foi quatro vezes vice-campeã nesse período de jejum.

"A gente tem sentido esse calor da torcida, é sensacional. Com certeza, daria confiança pra saber que a gente está no caminho certo. Tem alguns jovens jogadores que nunca tinham passado por esse momento (o líbero Thales, o ponta Rodriguinho e o central Otávio), enquanto, pra outros, é um momento de afirmação", projetou Bruno.

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Titular na final do ano passado, em Cracóvia (Polônia), contra a Sérvia, o líbero Tiago Brendle não atuou nas duas primeiras partidas da fase final, mas participou das semifinais. "O trabalho está sendo feito para poder conquistar esse título. Estou bastante motivado", garantiu o defensor.

"Ano passado, conseguimos só a prata e este ano eu quero o ouro. Estou muito feliz de poder disputá-lo", disse Brendle, que se revezou com Thales nos três últimos sets contra os Estados Unidos.

Evolução
A atuação diante dos EUA, nas semifinais, foi recebida pela equipe comandada pelo técnico Renan Dal Zotto como sinal de evolução do time. Se o Brasil errou 26 vezes contra o Canadá e 37 ante a Rússia, frente aos EUA foram 19 os erros cometidos. Além disso, o bloqueio mostrou efetividade, amortecendo muitos ataques dos norte-americanos, e o ataque, de carona no bom rendimento dos centrais, obteve 51% de aproveitamento.

"A gente diminuiu muito o número de erros, aproveitou as oportunidades nos passes bons, que estava desperdiçando em alguns momentos. Acredito que hoje (ontem) nossa primeira bola foi fantástica, Lucão e Maurício Souza deram show à parte, Wallace jogou muito bem novamente", elogiou o ponteiro Lucarelli.

"Acredito que a equipe toda foi muito regular. Talvez em um ou dois momentos em que eles sacaram muito bem foi que cometemos alguns erros desnecessários. Mas acho que a equipe teve um padrão muito bom", comentou o central Éder.

A França tem a melhor campanha da competição

França
Os rivais na decisão não se enfrentaram ainda este ano, mas se conhecem muito bem, especialmente porque as duas equipes mudaram pouco em relação às últimas temporadas – no caso francês, a mudança mais acentuada foi a entrada do jovem oposto Stephen Boyer no lugar de Antonin Rouzier, que não pretende mais atuar pela seleção.

"A gente conhece bastante o time deles. É muito jogueiro, de muito volume, erra pouco. A gente não pode se dar o luxo de errar muito contra um time assim, senão, a gente acaba facilitando pra eles fazerem ponto sem fazer força", alertou Éder.

A França chega à final da Liga Mundial com a melhor campanha da competição, com 11 vitórias em 12 partidas. Além da força de Boyer no ataque, da qualidade de jogadores como o líbero Jenia Grebennikov, o levantador Benjamin Toniutti e o central Kevin Le Roux, a equipe conta com a volta do ponteiro Earvin N'Gapeth.

MVP da Liga Mundial 2015 e uma das maiores estrelas do voleibol mundial, N'Gapeth esteve ausente de quase toda a fase classificatória por conta de uma lesão. Em Curitiba, ainda que um pouco fora de forma, atuou normalmente – marcou 24 pontos contra o Canadá, nas semifinais, sendo o maior pontuador do jogo.

"Pra final, seria muito bom a gente voltar a sacar o nosso melhor, porque a França tem uma linha de passe muito boa e, se não entrar (o viagem), ser inteligente como foi (contra os EUA) e não rifar o saque", disse Lucarelli.

O histórico recente dos duelos entre as atuais gerações das duas equipes tem alguns jogos decisivos. Embora a França tenha levado a melhor na Liga Mundial de 2015, no Maracanãzinho, quando derrotou o Brasil e arrancou para o título, o retrospecto é favorável à seleção brasileira. "Na Olimpíada e na Liga Mundial 2016, a gente tirou (a França). É sempre um jogo complicado, 3 a 2, (com placar) lá em cima, grandes jogadores dos dois lados", comentou Lucão.

Será a segunda vez que as duas seleções disputam a final do torneio – na primeira, em 2006, em Moscou, no auge do domínio brasileiro no voleibol masculino, o time então dirigido pelo técnico Bernardinho perdeu as duas primeiras parciais, mas venceu por 3-2. O duelo em Curitiba terá transmissão da TV Globo e do SporTV.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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