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Bala na Cesta

Reduzido, Time Brasil na NBA terá experiente Nenê e jovens em busca de espaço nesta temporada

Fábio Balassiano

16/10/2017 06h30

O brasileiro se acostumou a todo começo de temporada da NBA contar em quase uma mão completa os atletas do país que estariam na melhor liga de basquete do mundo. Foi assim nos últimos anos. Em 2016/2017, por exemplo, eram 9. Mas para 2017/2018 o cenário muda muito. E pra menos, muito menos.

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Serão apenas cinco atletas brasileiros que começam a temporada da NBA na terça-feira fazendo parte dos elencos das 30 franquias, sendo que um deles, Rauzlinho, do Utah Jazz, possui contrato não garantido (a partir de janeiro de 2018 pode ser dispensado a qualquer momento). O jovem armador Georginho, dispensado do Houston Rockets na sexta-feira, segue na G-League, a Liga de Desenvolvimento, conforme planejado. Abaixo um breve resumo do que esperar deles no campeonato:

Nenê -> Indo para a sua décima-sexta temporada, um feito absurdo para uma liga cujo tempo médio de permanência não chega a cinco anos, ele continua sendo o pivô reserva do Houston Rockets e venerado pelo técnico Mike D'Antoni por sua eficiência ofensiva, postura defensiva e comprometimento com o time. Nenê nunca jogou uma final da liga, e com um elenco que agora conta com Chris Paul ele sonha em chegar na decisão pela primeira vez. Ele é, sem dúvida, o brasileiro que tem a carreira mais sólida na história da NBA. Seus números (passou dos 10 mil pontos em 2016/2017) e o respeito dos companheiros por ele falam por si.
Números em 2016/2017: 9,1 pontos, 4,2 rebotes e 17,9 minutos de média

Cristiano Felício -> O pivô do Chicago Bulls terminou a temporada passada subindo suas médias e mostrando a franquia e ao técnico Fred Hoiberg que merecia um pouco mais de espaço. A franquia não teve dúvida e logo no começo do mercado de agentes-livres acenou com um contrato de 4 anos e US$ 32 milhões para Cristiano, que renovou com o Bulls e permanecerá na equipe no mínimo até 2021.

Mesmo continuando como reserva de Robin Lopez, com um time completamente renovado (saíram Rajon Rondo, Jimmy Butler, Taj Gibson, Dwyane Wade etc.) Cristiano deverá ter muito mais minutos e oportunidades de arremesso nesta temporada do que nas duas primeiras em que atuou em Illinois. Se conseguir aliar sua ótima condição atlética a melhores números, ofensivamente falando, será ainda melhor avaliado em um momento onde todas as atenções estão concentradas na observação dos jovens talentos (como ele, de 25 anos, é).
Números em 2016/2017: 4,8 pontos, 4,7 rebotes e 15,8 minutos de média.

Raulzinho -> Entrevistado aqui neste blog recentemente, Raulzinho sabe que terá uma temporada crucial no Utah Jazz. Com contrato parcialmente garantido (a partir de janeiro a franquia pode dispensá-lo), ele terá que mostrar que pode ser uma opção confiável e segura para "comer" os minutos do titular Ricky Rubio.

O armador treinou muito nestas férias americanas, está mais forte e sabe que precisará ser mais ousado em termos ofensivos, dividindo um pouco os passes que ele gosta e sabe dar com arremessos para si próprio. A lesão do australiano Dante Exum (ainda não se sabe a real gravidade) pode fazer com que seus minutos sejam potencializados, o que é uma boa notícia para o brasileiro.
Números em 2016/2017: 2,5 pontos e 0,9 assistências em 8,7 minutos de média.

Lucas Bebê -> O pivô entra em sua quarta temporada com o Toronto Raptors tentando recuperar o espaço que foi seu durante boa parte do campeonato passado. Em um bom período Lucas era o pivô reserva, saía do banco distribuindo tocos e fechando a defesa, mantinha uma minutagem bem segura e deixava o austríaco Jakob Poetl sem tanto espaço nas rotações do técnico Dwane Casey. O problema para Lucas é que do meio para o final de 2016/2017 a situação mudou, seu tempo de quadra foi praticamente todo zerado e sua perspectiva também ficou bem comprometida.

Em ano final de contrato, Bebê sabe que precisará jogar para mostrar que pode ser útil em uma NBA que quase não joga mais com pivôs por muito tempo e em cujo elenco há Jonas Valanciunas, o titular absoluto, Poetl, que teve muito tempo de quadra e boas performances na pré-temporada, e a possibilidade do ala-pivô congolês Serge Ibaka "cair" para o pivô em grande parte das partidas.

Lucas precisa estar em quadra o quanto anos e mostrar bons números. É crucial para seus próximos anos na NBA.
Números em 2016/2017: 4,4 pontos e 4,3 rebotes e 19,1 minutos de média.

Bruno Caboclo -> Também entrando em seu ano final de contrato, Bruno Caboclo mais uma vez deve fazer a sua peregrinação entre G-League (Liga de Desenvolvimento) e elenco do Toronto Raptors. O elenco canadense ganhou reforço com a chegada de CJ Miles, o calouro OG Anunoby também buscará espaço, o jovem Norman Powell renovou contrato por longa data e eu sinceramente não consigo ver como Bruno se encaixará na rotação de Dwane Casey.

Números de pré-temporada normalmente não valem de nada, sei disso, mas Bruno chutou 2/14 de três pontos e cometeu 7 desperdícios de bola nos 53 minutos em que esteve em quadra nos quatro amistosos de seu time. Seu Draft, de 2014, sabíamos que seria uma aposta futura, de longo prazo, mas certamente a franquia espera que Caboclo mostre evolução neste campeonato.
Números em 2016/2017: 1,6 pontos, 1,1 rebotes e 4,4 minutos

E você, o que espera dos brasileiros nesta temporada da NBA?

Sobre o blog

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