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Bala na Cesta

Qual o futuro do Lakers, agora nas mãos do jovem armador Lonzo Ball?

Fábio Balassiano

27/06/2017 06h20


O Draft da NBA foi na semana passada, você sabe disso, 30 equipes têm novos nomes, novas perspectivas, mas se tem uma franquia que chama atenção e que é manchete dia sim, outro também, é o Lakers. E motivos de fato não faltam. Magic Johnson dá as cartas por lá há pouco tempo como manda-chuva do basquete, Rob Pelinka, ex-empresário de Kobe Bryant, é o novo gerente-geral, e a expectativa em cima de uma equipe muito popular e que não vai ao playoff desde 2013 é gigantesca. Por isso Magic e Rob decidiram agir. Vamos a algumas coisinhas que já foram feitas:

1) Sabendo da vontade de Paul George de jogar no seu Lakers do coração em 2018 Magic Johnson tentou uma oferta ao Indiana para adquirir ainda em 2017 o ótimo ala. Não rolou, e então ele partiu para o plano B: deixar espaço na sua folha salarial para 2018, quando George será agente-livre e poderá assinar com os angelinos.

2) Por isso seu movimento de semana passada foi certeiro. Embora ousado, certeiro. Magic Johnson acho que deu até demais na figura de D'Angelo Russell, armador talentoso mas desmiolado que estava há dois anos no Lakers, mas conseguiu se livrar de uma bomba que era o contrato absurdo de Timofey Mozgov (US$ 48 milhões pelos próximos três anos). Para isso, recebeu o gigantesco-porém-expirante (termina em 2018) contrato do pivô Brook Lopez (US$ 22 milhões) do Nets e ainda o pick 27 no Draft (que acabou sendo o ala-pivô Kyle Kuzma).

3) A medida limpa ainda mais a folha salarial da franquia, que agora tem comprometidos apenas US$ 79 milhões para 2018, que é quando claramente o Lakers tentará voltar a ser forte. Muita gente diz, ainda, que Magic e Pelinka tentarão despachar Luol Deng para algum canto. Deng tem o maior salário (longo) do Lakers e ganhará mais de US$ 53 milhões pelos próximos três anos. O duro é encontrar algum time, como o Brooklyn Nets fez com o faraônico contrato de Mozgov, que tope entrar nessa.

4) Acho, sinceramente, que o Lakers será forte neste mercado de agentes-livres, mas não maluco como no ano anterior. O time não pode cometer as loucuras recentes e inflar novamente a sua folha salarial. Se houver oportunidade de contratar uma estrela, algo que duvido, o time deve fazê-lo. Os principais nomes disponíveis, e pensando que Kevin Durant e Steph Curry não irão sair de Golden State, são Chris Paul (armador, algo improvável tendo em vista o pick de Lonzo Ball…), Blake Griffin, Paul Millsap, Gordon Hayward, Danilo Gallinari e Serge Ibaka. Mas a real, a real mesmo, é que trazer grandes nomes ficará mais palpável em 2018, possivelmente com Paul George e espaço para outro craque. O nome de LeBron James já é comentado em Los Angeles para o próximo campeonato, mas eu não consigo crer que James sairá de Cleveland para nenhum outro time.

O fato é que a franquia Lakers agora depende muito de Lonzo Ball, talentoso armador escolhido na segunda posição do Draft deste ano. Com 1,96m, 19 anos e uma descomunal habilidade para passar e arremessar ao mesmo tempo, ninguém duvida de sua capacidade técnica. O problema dele é outro, na verdade.

Filho do polêmico, falastrão e alucinado LaVar Ball, Lonzo parece ter um gênio diferente do pai e será comandado por Magic Johnson, o que aparentemente atenua as coisas em relação a clima no vestiário. De todo modo, é algo, sim, que a diretoria precisa se preocupar tanto quanto o desenvolvimento de Lonzo dentro da quadra. Pode parecer bobo, mas em uma franquia midiática ter uma bomba-relógio (LaVar) tão por perto assim a ponto de explodir crises a qualquer instante é preocupante pacas.

Para mim está muito claro o movimento de Magic Johnson e dos Lakers. Ninguém por lá quer continuar perdendo tanto como foram nas últimas três temporadas (65 vitórias na soma TOTAL, um desastre). Mas o, digamos, legado que a franquia que era comandada por Jim Buss e Mitch Kupchak deixou por lá era tenebroso. Com uma folha salarial inchada, um elenco desbalanceado e com atletas do mercado que se recusavam sequer a ouvir as propostas do time, ninguém em sã consciência poderia esperar uma revolução de uma hora pra outra.

É difícil pedir isso a um torcedor tão exigente quanto o do Los Angeles Lakers, mas a verdade é uma só: a temporada para a franquia ter um time forte, voltar a jogar playoff e deixar o ginásio cheio de energia novamente, não é a de 2017/2018. Com sorte e os reforços sonhados, isso só acontecerá mesmo no próximo campeonato (2018/2019).

Não é um diagnóstico fácil de ouvir para quem deseja fortemente ver um esquadrão vestido de roxo e dourado (as cores do time), mas a verdade é essa mesmo. Por agora, o foco máximo deve ser em desenvolver e dar espaço a Lonzo Ball, Julius Randle, Brandon Ingram e Larry Nance Jr., garotos que terão tempo de quadra para mostrar potencial.

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