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Vôlei Nestlé passeia, enquanto Rexona tem dificuldades na estreia do Mundial de clubes

Carolina Canossa

09/05/2017 10h23

Bia e Tandara foram as maiores pontuadoras do Vôlei Nestlé, que jogou com um bonito uniforme homenageando o Japão (Foto: Fotojump/Divulgação)

Por mais que a qualidade do ataque seja menor e o bloqueio baixinho facilite as ações ofensivas, nunca é fácil enfrentar equipes japonesas no vôlei. Atentos às próprias limitações físicas, os orientais desenvolveram um sistema tático baseado em defesa forte e velocidade, desgastando os adversários. Certamente tanto o Vôlei Nestlé quanto o Rexona-Sesc esperavam por isso em suas estreias no Mundial de clubes, respectivamente contra o NEC Red Rockets e o Hisamitsu Springs.

Vencer os adversários nipônicos era parte fundamental na estratégia dos dois times brasileiros para conseguir um bom resultado no Mundial, torneio no qual são franco-atiradores. O objetivo foi cumprido, mas de maneiras bem diferentes: enquanto as paulistas atropelaram o Red Rockets por 25-11, 25-17 e 25-19, as campeãs da Superliga sofreram um pouco mais para passar pelo Hisamitsu com parciais de 25-16, 20-25, 25-16 e 25-21.

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Ao ver o jogo de Osasco (que, por sinal, usou um lindo uniforme homenageando a cultura japonesa), um fã mais desatento certamente teve dificuldades para reconhecer um campeão nacional do outro lado da quadra. É verdade que a oposta Nikolova, já treinando com a seleção búlgara, fez muita falta, mas ainda assim não justifica uma atuação tão abaixo quanto a que o  Red Rockets teve hoje. Saque com um nível beirando o juvenil e recepção/defesa perdidos facilitaram demais a vida das brasileiras.

Sem nada a ver com as falhas rivais, Dani Lins teve a bola na mão e fez o que desejou na partida. Não por acaso, a central Bia terminou o jogo como maior pontuadora (16 acertos) e um percentual de 61% de efetividade no ataque. Houve apenas um ponto negativo: a (outra) atuação fraca no ataque da oposta Bjelica, que acabou substituída por Ana Paula Borgo no único momento em que as ações ficaram equilibradas, na metade do terceiro set.

Rexona, de Drussyla, agora terá um difícil duelo contra o Vakifbank (Foto: Divulgação/FIVB)

Como não poderia deixar de ser, as atletas do Vôlei Nestlé deixaram a quadra satisfeitas com a própria atuação. "Tivemos um bom início, as nossas jogadas funcionaram e refletiram o que estávamos apresentando nos treinos. Considero que o desempenho foi até superior ao que treinamos. Acredito que sacamos, defendemos e bloqueamos muito bem.Vamos seguir trabalhando coletivamente para buscarmos nosso objetivo neste Mundial", afirmou Tandara.

Rexona

Vice-campeão japonês, o Hisamitsu Springs ao menos salvou a honra local diante das atuais campeãs da Superliga, apesar da derrota. Mais atentas no fundo de quadra e com um saque venenoso curto e flutuante, as japonesas fizeram o Rexona suar para garantir os três pontos. E olha que a melhor jogadora do elenco oriental, Nagaoka, está fora do Mundial por conta de uma lesão…

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O time carioca só não passou por mais apuros devido ao seu entrosamento e ao maior poderio ofensivo, com boa atuação de Drussyla na virada de bola. Paciente, Monique também teve uma contribuição importante na vitória. "É difícil jogar contra japonesas, pois elas são muito rápidas e defendem muito. Ainda precisamos melhorar mais", admitiu a ponteira Gabi após a partida.

Decepção turca

No restante da rodada do Mundial de clubes, o atual campeão mundial Eczacibasi protagonizou a maior decepção da noite ao ser dominado e derrotado pelo Volero Zurich, da Suíça, por 3 a 0 (25-22, 25-20 e 26-24). O time da brasileira Thaisa, que não está jogando o Mundial por conta de uma grave lesão no tornozelo, tentará a recuperação justamente contra o Vôlei Nestlé, em partida válida pelo grupo B a partir das 22h10 (horário de Brasília), desta terça (9).

Integrante do grupo A, o Rexona terá um difícil duelo contra o Vakifbank às 0h55 da madrugada de quarta (10). Atual campeão europeu, o time turco venceu o Dínamo Moscou (Rússia) com tranquilidade na estreia (25-22, 25-19 e 25-18), com direito a show de suas duas principais atacantes, a holandesa Sloetjes (16 pontos) e a chinesa Ting Zhu (14).

O regulamento do Mundial de clubes prevê que os dois melhores times de cada chave passem à semifinal.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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