Topo

Fórmula 1

Barrichello revela peregrinação por patrocínio e usa fé para não ser aposentado

Barrichello ainda não tem lugar garantido em 2012 e lista de concorrentes só aumenta - Prakash Singh/AFP
Barrichello ainda não tem lugar garantido em 2012 e lista de concorrentes só aumenta Imagem: Prakash Singh/AFP

Do UOL Esporte

Em São Paulo

20/11/2011 10h18

Sem garantias de que conseguirá correr a temporada 2012 da Fórmula 1, o piloto brasileiro Rubens Barrichello, de 39 anos, coloca todas as suas fichas na fé para conseguir alcançar seu 20º ano na principal categoria do automobilismo e diz que já correu atrás de mais empresas do que em sua ida para correr na Europa.

Com o contrato vigente da equipe Williams se encerrando ao final da temporada, Barrichello pode fazer sua última corrida da carreira na F-1 em Interlagos no próximo fim de semana enquanto aguarda para saber se terá o vínculo renovado em meio a boatos variados que colocam em seu lugar pilotos como o finlandês Kimi Räikkönen, o alemão Adrian Sutil e o brasileiro Bruno Senna.

“Minha vontade de continuar na Fórmula 1 é tanta que nos últimos dois meses eu visitei bem mais empresas que quando buscava patrocinadores para correr no exterior, em 1990”, afirmou Barrichello em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

“Possuo uma tatuagem no braço com as iniciais dos nomes de meus filhos, F, de Fernando, e E, de Eduardo. O rapaz que fez a tatuagem sugeriu colocar um acento nas duas letras juntas e ficou fé, adorei, pois sou um homem de fé. Em todo país que vou sempre visito igrejas, mesquitas, sinagogas, não importa, todas têm muito a oferecer”, revela o piloto brasileiro.

Com passagens pelas equipes Jordan, Stewart, Ferrari, Honda e Brawn GP, Barrichello lembra que já viveu uma situação complicada ao final da temporada 2008, quando saiu de Interlagos desempregado e conseguiu correr ao assinar um contrato de risco em fevereiro de 2009.

“Também corri em Interlagos sem um documento que me garantisse em 2009. E em fevereiro assinei com a Brawn GP, o que me deu até a chance de disputar o título. O Ross Brawn me avisou que precisavam de dinheiro para terminar o campeonato. Portanto, se até a quarta corrida aparecesse alguém com patrocínio eu teria de ceder a vaga”, lembra Barrichello.

Apesar de ainda não admitir a aposentadoria, ele sabe que há grandes chances de isso ocorrer e procura não lamentar por isso.

“Sou uma pessoa feliz pelo fato de, com 20 anos de carreira na Fórmula 1, estar lutando para ter outra chance. Temos de estar preparados para tudo. Um dia terei de parar. E se agora essa for a vontade do Senhor, então seguirei o caminho, quem sabe para ser ainda mais útil a meus filhos, que estão crescendo”, finaliza Rubens Barrichello.

Fórmula 1