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Cockpit de F-1 tem de aguentar pancada de 5 toneladas; entenda o crash test

A proteção contra impactos na área do cockpit aumentou para a temporada de 2016 - Xinhua
A proteção contra impactos na área do cockpit aumentou para a temporada de 2016 Imagem: Xinhua

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

11/02/2016 06h00

Um dos grandes desafios das equipes antes de colocarem os carros na pista para os primeiros testes de pré-temporada é passar pelos cada vez mais rigorosos testes de impacto da Federação Internacional de Automobilismo. Tanto que equipes grandes como Mercedes e McLaren só foram aprovadas em fevereiro, com pouco tempo para finalizar os projetos que irão à pista no próximo dia 22.

São vários os testes feitos, desde 1985, sempre com supervisão da FIA: a célula de sobrevivência deve permanecer intacta nos testes em movimento frontais, laterais e traseiros e a força à qual o boneco é submetido não pode passar de 60G por 3 milissegundos. A coluna de direção também é testada para absorver o impacto caso se choque com a cabeça do piloto - o que é praticamente impossível de acontecer em tempos de HANS - dispositivo preso ao capacete que tem a função de segurar o pescoço do piloto em caso de impacto.

Apesar das velocidades serem baixas - 54 km/h para o teste frontal, 36 km/h para o lateral e 39.6 km/h para o traseiro - elas buscam medir exatamente a habilidade do carro absorver o impacto.

O cockpit também passa por testes estáticos, assim como o assoalho do tanque de gasolina e do próprio cockpit, e as estruturas de impactos laterais e traseira. No total, são 13 os testes estáticos.

E é justamente um destes testes que deu mais dor de cabeça aos engenheiros neste ano: em 2016, a altura do cockpit vai aumentar em 20mm nas laterais, com o intuito de proteger mais a cabeça dos pilotos. Ainda que isso seja praticamente imperceptível quando os carros forem à pista, o aumento de 15kN (kilonewtons) para 50kN na carga aplicada no crash test desta região provou ser um desafio considerável.

“O aumento é bastante significativo”, reconheceu o diretor técnico da Mercedes, Paddy Lowe. “São 5 toneladas de carga lateral que o chassi tem de suportar. A intenção é aumentar significativamente a proteção para os pilotos se peças grandes ou até um carro inteiro, chegar a este ponto. E foi um grande trabalho para as pessoas que construíram o chassi.”

A única equipe que ainda não confirmou ter passado pelos testes é a Red Bull. Até mesmo a Sauber, que revelou um atraso no projeto e só vai estrear na pista em 1º de março, na segunda e última bateria de testes da pré-temporada, já foi aprovada.

A pré-temporada terá duas baterias de quatro dias cada, de 22 a 25 de fevereiro e de 1º a 4 de março. Ambas as sessões serão realizadas no Circuito da Catalunha, em Montmeló, localizada nos arredores de Barcelona, na Espanha. A temporada começa dia 20 de março, com o GP da Austrália e será a mais longa da história, com 21 corridas.

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