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Fórmula 1

Para Webber, mudanças na F-1 serão inúteis se pilotos não andarem no limite

REUTERS/Paulo Whitaker
Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker

Do UOL, em São Paulo

09/03/2016 06h38

Prestes a iniciar sua primeira temporada como comentarista da Fórmula 1, na TV do Reino Unido, o ex-piloto da Red Bull e atual campeão do Mundial de Endurance Mark Webber já começou a dar seus pitados. Para o australiano, o aumento da velocidade dos carros proposto para 2017 não fará sentido caso os pilotos continuem sem poder forçar o ritmo o tempo todo, uma das principais queixas no grid hoje,

As mudanças propostas para o ano que vem incluem a utilização de pneus mais largos, que dariam mais aderência, e carros também maiores, 20kg mais pesados. O objetivo é que a velocidade aumente em 4 a 5s por volta.

Porém, Webber afirmou que o importante é que esse aumento também seja visto no ritmo de corrida, e não apenas em uma volta lançada. Para isso, os pneus teriam de ser mais duráveis e a necessidade de economizar combustível, menor. Hoje, a Fórmula 1 tem uma série de limitações de consumo que interferem no ritmo que os pilotos podem adotar.

“Temos de ficar de olho no peso. Temos categorias como a minha [o Mundial de Endurance] em que o peso é parecido com o da F-1 e podemos forçar o tempo todo, na verdade, até por 36 horas. A F-1 precisa ser assim aos domingos, não apenas diminuir os tempos em 5s aos sábados. Esses caras precisam estar no limite”, defendeu.

Webber defende que estar no limite é a fórmula de sucesso para qualquer esporte. “Como vamos tirar aquele algo a mais do atleta se ele não está no limite? Isso é algo que temos de melhorar e eles são mais do que capazes disso.”

O australiano disse que consegue entender a reclamação de ex-colegas como Fernando Alonso e Jenson Button sobre os carros atuais.

“Acho que o que esses caras dizem é verdadeiro, não estão inventando essas coisas. Especialmente os caras que têm posição para ter algum tipo de autoridade. É importante que eles falem”, opinou.

“O objetivo da Fórmula 1 é se certificar de que você pode operar em um nível alto por 80 a 90% do tempo. No momento, isso está um pouco invertido, e da maneira errada, e é daí que vem a frustração de caras como o Fernando. É porque os carros não são rápidos o bastante.”

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