Crise financeira da equipe de Nasr já aparece nos resultados nas pistas
Em situação financeira complicada, a equipe Sauber, do brasileiro Felipe Nasr, chegou a ser alvo de rumores que colocaram em dúvida sua presença na próxima etapa, na China. Apesar de o time negar a possibilidade, a situação ruim está refletindo no desempenho da pista.
Depois de ter optado por fazer apenas um grande desenvolvimento no carro durante o campeonato do ano passado, perdendo terreno ao longo do ano, a equipe atrasou o lançamento do modelo deste ano e já é a equipe que menos cresceu nos últimos 12 meses.
No comparativo entre os melhores tempos obtidos por cada escuderia nos GPs do Bahrein de 2015 e 2016, o time segura a lanterna entre os que mais evoluíram, com um tempo somente 1s897 melhor. A líder absoluta da tabela é a nanica Manor, que melhorou em mais de 5s9 seu tempo de volta. McLaren e Mercedes cresceram mais de 3s, enquanto a equipe mais próxima da Sauber é a Williams, que melhorou 2s45 na comparação com a mesma prova ano passado.
Em fevereiro, quando houve um atraso de um dia nos salários, a justificativa era de que um conjunto de circunstâncias alterara o fluxo de caixa do time, culminando com uma transferência monetária internacional que não se concretizou na dada estimada.
No Bahrein, chamou a atenção o fato de Monisha Kaltenborn não estar à frente da equipe, mesmo escalada para a coletiva de imprensa da FIA. A dirigente é uma das críticas mais ferrenhas à maneira como o lucro da categoria é dividido. Enquanto os melhores times, que já teriam cotas maiores devido à posição do mundial de construtores, ganham quantias extras por uma cláusula negociada unilateralmente chamada de ‘valor histórico’, os menores acabam com premiações bem menores.
Outra prova da situação difícil é a falta de peças novas no carro. No Bahrein, Felipe Nasr usou diversas partes de 2015 em seu carro e reclamou bastante de seu comportamento. “O carro está terrível!”, chegou a exclamar via rádio para a equipe, antes de reconhecer que “há algo de errado com o carro que temos de analisar antes do GP da China”. A etapa será realizada dia 17 de abril.
Salvação
O solução para os problemas do time, que se firmou na Fórmula 1 como berço de talentos, viria das mãos da Ferrari. Parceira histórica, a escuderia vermelha entraria como facilitadora para que a Sauber fosse comprada pela Alfa Romeo.
O CEO da Ferrari e do Grupo Fiat, do qual a Alfa Romeo faz parte, Sergio Marchionne, afirmou recentemente que existe o interesse de que a marca volte à Fórmula 1, ao mesmo tempo em que salientou a dificuldade em montar um time do zero. A solução, portanto, seria adquirir o controle de alguma estrutura existente.
“Seria difícil para a Alfa Romeo voltar sem o apoio de outro time. Uma associação seria o ideal”, declarou o italiano. “É incrível como a Alfa continua no coração das pessoas. Por isso estamos pensando em trazê-la de volta às corridas, como competidora. É importante para a marca voltar.”
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